Em 24 de junho de 1526 numa fogueira de São João[1] preparada
por estudantes da Basileia[2], Paracelso
atacou violentamente a terapêutica tradicional queimando em público em panelas
contendo enxofre obras de Galeno[3], Aristóteles
e o Canon da Medicina de Avicena[4], se
referindo que eles deveriam arder no inferno:[5]”Se os vossos médicos só sabem o que o vosso
príncipe Galeno estava pregando no inferno, de onde me tem enviado cartas,
far-se-ia sobre eles o sinal da cruz com um rabo de raposa. De igual forma o
vosso Avicena senta-se no vestíbulo do pórtico infernal; e eu discuti com ele o
seu aurum potabile, a sua quintessência, o seu elixir da longa vida, a sua
mitrida, a sua teriaga e todo o resto. Ó hipócritas que desdenhais das verdades
que são são enviadas por um grande médico, ele próprio instruído pela natureza e
filho do próprio Deus ! Vinde, pois, e escutai impostores, que dominais apenas
pela autoridade de vossas altas posições ! Depois da minha morte, os meus
discípulos avançarão, arrastar-vos-ão para a luz e mostrar-vos-ão vossas sujas
drogas com que até agora tendes regulado a morte dos príncipes e dos demais
notáveis magnatas do mundo cristão. Pobres dos vossos pescoços no dia do
julgamento! Sei que a monarquia será minha. Minhas também serão a honra e a
glória. Não que eu me exalte a mim próprio: a natureza exalta-me. Dela nasci, é
a ela que eu sigo. Ela me conhece e eu a conheço. A luz que existe nela, eu
contemplei-a; exatamente também provei o mesmo na figura do microcosmo, e
encontrei-o nesse universo”[6]. O estilo
explosivo de Paracelso está na origem do termo em inglês bombástico em
referência a seu sobrenome Bombastus.[7]
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