O químico e alquimista[1] Joannes van Helmont acreditava de transmutação de metais e sua obra muitas vezes se assemelha aos textos ocultistas de Cornelius Agrippa em Occult Philosophy[2]. Van Helmont chega a descrever um processo para transformar água em madeira, ao regar um salgueiro por cinco anos e medir o aumento de peso da madeira proporcionado[3]. Para Helmont a experiência mostrou que a água que alimentou a planta se transmutou em terra para se converter em madeira.[4] Van Helmont acreditava numa concepção vitalista dos fenômenos biológicos guiados por uma força misteriosa, o “arqueus” situado na região do estômago.[5] A teoria de von Helmont, contudo rejeita os quatro elementos peripatéticos e a doutrina de cinco elementos de Paracelso, que considera uma ficção forjada pela experiência. O fogo, por exemplo, não poderia ser visto como um elemento, mas um agente de transformação.[6] Derretendo-se os corpos por meio do fogo se obtêm o sal, mercúrio e enxofre a tria prima de Paracelso. Em Lyon van Helmont foi acusado de bruxaria tendo sido preso. Apesar da condenação sua obra Ortus medicinae foi publicada em 1648, quatro anos após a sua morte.[7]
[1]YATES, Frances. O
iluminismo rosacruz, São Paulo:Pensamento, 1983, p.287
[2]REDGROVE, Stanley. Joannes Baptista van Helmont: alchemist, physician
and philosopher, London:William Rider & Sons, 1922, p. 46, 55, http://www.forgottenbooks.com
[3]THOMAS, Henry; THOMAS, Dana Lee. Living biographies of great
scientists, New York:Blue Ribbbon Books, 1946, p.73
[4]BELL, Madison Smartt.
Lavoisier no ano um. São Paulo: Cia das Letras, 2007, p. 57
[5]ABRIL Cultural,
Medicina e Saúde. História da Medicina, v.I, São Paulo, 1970, p. 164
[6]TATON, René. A ciência
moderna: o século XVII, tomo II, v.2, São Paulo:Difusão, 1960, p.156
[7]ROSSI,
Paolo. O nascimento da ciência moderna na Europa, Bauru:Edusc, 2001, p. 277
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