segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Oráculo Delfos e a fundação de cidades

Uma das funções do oráculo de Delfos era orientar o local sagrado para fundação de novas cidades. Quando os colonizadores da Eubeia fundaram Régio no sul da Itália, consultaram o oráculo este disse que a cidade teria de ser fundada onde o homem se casa com a mulher. Jardé observa que o oráculo de Delfos tivera o culto de Apolo inspirado de Creta, porém outros autores entendem que este culto já existia na Grécia desde a era micênica e teria sua origem nórdica ou asiática[1].Conforme a tradição o oráculo de Delfos era regularmente consultado para a fundação de novas colônias ainda provas arqueológicas indiquem que sua importância no século VIII a.c. ainda fosse local. A Pítia do oráculo de Delfos ordenou Cadmos que havia consultado o oráculo, que este deveria seguir uma vaca “que tivesse o sinal da lua” até que, exausta, esta caísse. Ao percorrer a Fócia, Cadmos identificou uma vaca marcada com um crescente branco e segui o animal até a Beócia ao local onde mais tarde seria erguida Tebas [2]. No século VI a.c. o oráculo passou a assumir um papel pan helênico de maior prestígio a ponto de alguns requerentes buscarem o oráculo para garantir a aprovação retroativa de cidades já fundadas.[3] Arnold Toynbee destaca que as cidades estados eram cultuadas pelos cidadãos sob o disfarce das antigas divindades, assim, Coríntio tomara Poseidon como patrono da cidade. A maioria das cidades Estados eram representadas por deuses titulares: Atenas por Atená Políade, Esparta por Atená Calcióquia, Egina por Atená Afaia, Argos por hera, Éfeso por Artémis.[4]

[1] JARDÉ, A. A Grécia antiga e a vida grega, São Paulo:Epusp, 1977, p.157

[2] GRIMAL, Pierre, A mitologia grega, São Paulo: Brasiliense, 1953, p. 73

[3] FINLEY, Moses. Los griegos de la antiguedad. Barcelona: Editorial Labor, 1966, p. 53

[4] TOYNBEE, Arnold. Helenismo: história de uma civilização, Rio de Janeiro: Zahar, 1963, p. 59




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