Uma das funções do oráculo de Delfos era orientar o
local sagrado para fundação de novas cidades. Quando os colonizadores da Eubeia
fundaram Régio no sul da Itália, consultaram o oráculo este disse que a cidade
teria de ser fundada onde o homem se casa com a mulher. Jardé observa que o
oráculo de Delfos tivera o culto de Apolo inspirado de Creta, porém outros
autores entendem que este culto já existia na Grécia desde a era micênica e
teria sua origem nórdica ou asiática[1].Conforme
a tradição o oráculo de Delfos era regularmente consultado para a fundação de
novas colônias ainda provas arqueológicas indiquem que sua importância no
século VIII a.c. ainda fosse local. A Pítia do oráculo de Delfos ordenou Cadmos
que havia consultado o oráculo, que este deveria seguir uma vaca “que tivesse
o sinal da lua” até que, exausta, esta caísse. Ao percorrer a Fócia, Cadmos
identificou uma vaca marcada com um crescente branco e segui o animal até a
Beócia ao local onde mais tarde seria erguida Tebas [2]. No
século VI a.c. o oráculo passou a assumir um papel pan helênico de maior
prestígio a ponto de alguns requerentes buscarem o oráculo para garantir a
aprovação retroativa de cidades já fundadas.[3] Arnold
Toynbee destaca que as cidades estados eram cultuadas pelos cidadãos sob o
disfarce das antigas divindades, assim, Coríntio tomara Poseidon como patrono
da cidade. A maioria das cidades Estados eram representadas por deuses
titulares: Atenas por Atená Políade, Esparta por Atená Calcióquia, Egina por
Atená Afaia, Argos por hera, Éfeso por Artémis.[4]
[1] JARDÉ, A. A Grécia
antiga e a vida grega, São Paulo:Epusp, 1977, p.157
[2] GRIMAL, Pierre, A mitologia grega, São Paulo: Brasiliense, 1953, p. 73
[3] FINLEY, Moses. Los griegos de la antiguedad. Barcelona: Editorial Labor, 1966,
p. 53
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