segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Minotauro e a tecnologia

Cesare Cantu mostra como o desenvolvimento das técnicas influenciou na elaboração de mitos, assim o vaso egípcio terminado por uma cabeça com as orelhas ornadas de serpentes deu origem entre os gregos a um mito que consta da narrativa da guerra de Troia. Os cofres egípcios de forma de um boi foram a origem para o mito de Pasífae.[1] Minos, para provar que Creta lhe pertencia por vontade dos deuses, pediu a Posídon que fizesse sair um touro do mar Egeu. Minos prometeu que, depois, o touro seria sacrificado em holocausto, no entanto, levou o belo touro para fazer parte de seu rebanho. Com punição pelo não cumprimento da promessa, Posídon transformou o touro num animal indomável, furioso, que passou a atacar os habitantes da ilha de Creta. Pasífae pediu ao inventor Dédalo (pai de Ícaro) que construísse uma vaca de madeira tão perfeita que enganasse o touro. Ela se escondeu dentro da vaca e assim conseguiu seu intento. Dessa união nasceu o Minotauro, um ser monstruoso, metade touro, metade homem. A habilidade dos artesãos gregos em carpintaria é que levou ao desenvolvimento de uma mitologia que coloca como objeto ao alcance da imaginação uma vaca de madeira tão perfeita quanto uma real.  



[1] CANTU, Cesare. História Universal, v. II, São Paulo:Editora das Américas, 1958, p.94



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