Segundo Jean Delumeau: “A grandeza de Leonardo da Vinci como técnico reside menos nas suas invenções que na sua curiosidade espiritual e no seu método [...] São evidentes as limitações e Leonardo como engenheiro. Falta-lhe uma linguagem adequada – uma das grandes insuficiências do Renascimento – e faltam-lhe instrumentos de medida. Mas com ele a técnica deixa de ser assunto de artesãos e ultrapassa o empirismo. Leonardo tem um método: primeiro observa, conservando apenas os elementos essenciais, e, chega por fim, a uma proposição de caráter geral. Assim se guinda acima dos outros engenheiros do seu tempo, pois sente a necessidade de racionalizar, de chegar da teoria à abstração”.[1] Na época de Leonardo da Vinci as lojas de Florença promoviam a fusão entre trabalho manual e teoria, tal como as lojas de Lorenzo Guiberti durante a preparação das portas do Batistério, promovendo conhecimentos de arquitetura, artes, mecânica e outros ofícios transformando-se em protótipos de um laboratório industrial.[2] Segundo Paolo Rossi apesar da genialidade e dos engenhos inventados por Leonardo da Vinci não é correto coloca-lo como fundador do método experimental pois estas nunca vão além de uma “experimentação curiosa” faltando-lhe a sistematização da ciência moderna[3].
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