domingo, 23 de agosto de 2020

Lâmpadas eternas

 

Segundo texto de Erasmo, Francisco no túmulo de Túlia, filha de Cícero, encontrado na via Àpia no século XVI encontrou-se uma lâmpada que se apagou pouco depois de aberto o sepulcro.[1] A alquimia também reivindica a técnica de manter lâmpadas continuamente acesas. Estas são relatadas no livro do Êxodo (capítulo 27, versículo 20) e no antigo diálogo de Plutarco sobre a cessação dos oráculos (parágrafos 2 e 43) em que descreve tais lâmpadas usadas nos sepulcros pagãos do deus Júpiter como feitas de uma pedra chamada Lapis Carystius.[2] Santo Agostinho descreve em seu livro Cidade de Deus (capítulo 21, versículo 6) a presença destas lâmpadas inextinguíveis no tempo de Vênus como obra do demônio. O jesuíta Athanasius Kircher em seu Oedipus Aegyptiacus escrito no século XVII menciona lâmpadas luminosas encontradas nas câmaras subterrâneas de Memphis ainda funcionando quando foram encontradas[3]. Roger Bacon em Opus maius de 1266 destaca que pela scientia experimentalis poderia investigar os segredos da natureza fora dos limites das ciências existentes, revelando o conhecimento do passado e do futuro e a possibilidade de inúmeras invenções como as lâmpadas que queimam eternamente.[4]. Heron descreve autômatos que buscam simular a existência de lâmpadas que nunca se exaurem.



[1]HUITIN, Serge. História geral da alquimia, São Paulo:Pensamento, 2010

[2]BLAVATSKY, Helena, Ísis sem véu, v.1, Sâo Paulo:Pensamento, 1995, p. 285, 288

[3]CHILDRESS, David Hatcher. A incrível tecnologia dos antigos, São Paulo:Aleph, 2005, p. 128

[4]THORNDIKE, Lynn. A History of magic and experimental science, v.I, Columbia University Press, 1923, p.192; GILLISPIE, Charles. Dicionário de biografias científicas, Rio de Janeiro:Contraponto, 2007, p. 186


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