O comerciante de tecidos Antony van Leeuwenhoek observou em seu
microscópio em 1668 pela primeira vez as células vermelhas do sangue e
organismos unicelulares.[1] Em 1680
publicou Arcana Naturae ope Exatissimorum
Microscopiorum de Tecta.[2] Sua técnica de polimento das lentes dos instrumentos foi mantida em sigilo de
tal forma que as bactérias somente puderam ser observadas novamente somente
após 1830 com a invenção do microscópio acromático composto.[3] Um de
seus inventos era a montagem em uma única lente numa estrutura dotada de
braçadeira e um parafuso regulável de modo que permitisse afastar e aproximar o
objeto de estudo.[4] No museu da Universidade de Utrecht existem microscópios fabricados por
Leeuwenhoek de uma só lente de cristal capaz de ampliar 270 vezes capaz de
observar detalhes de 1,5 milésimos de milímetro.[5] Leeuwenhoek
e viveu toda sua vida em Delft na Holanda, tornou-se famoso tendo recebido a
visita do czar Pedro o Grande. Sem saber latim Leeuwenhoek não tinha condições
de escrever um artigo científico. Uma de suas cartas escritas à Royal Society detalhando
seus experimentos foi publicada na Philosophical Transactions.[6] Lucien
Febvre em Le problème de LÍncroyance au
XVIe Siécle de 1946 afirma: “Não se
olha enquanto não se sabe se há alguma coisa a ver, e, sobretudo se sabemos ou
acreditamos que não há nada a ver. A inovação de Anton van Leeuwenhoek, o inventor
do microscópio, consistiu principalmente em sua decisão de olhar”.
[1]MOSLEY, Michael.Uma
história da ciência. Rio de Janeiro:Zahar, 2011, p. 208
[2]BARRETO, Elias.
Enciclopedia das grandes invenções e descobertas, São Paulo: Cascono Editores,
1971, p. 184
[3]Uma breve história das
descobertas: da antiguidade ao século XX, São Paulo:Escala, 2012, p. 48
[4]ABRIL Cultural,
Medicina e Saúde. História da Medicina, v.I, São Paulo, 1970, p. 151
[5]RONAN, Colin. História
Ilustrada da Ciência: Da Renascença à Revolução Científica. v.3, São
Paulo:Jorge Zahar, 2001, p.146
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