domingo, 23 de agosto de 2020

Antony van Leeuwenhoek

 

O comerciante de tecidos Antony van Leeuwenhoek observou em seu microscópio em 1668 pela primeira vez as células vermelhas do sangue e organismos unicelulares.[1] Em 1680 publicou Arcana Naturae ope Exatissimorum Microscopiorum de Tecta.[2] Sua técnica de polimento das lentes dos instrumentos foi mantida em sigilo de tal forma que as bactérias somente puderam ser observadas novamente somente após 1830 com a invenção do microscópio acromático composto.[3] Um de seus inventos era a montagem em uma única lente numa estrutura dotada de braçadeira e um parafuso regulável de modo que permitisse afastar e aproximar o objeto de estudo.[4] No museu da Universidade de Utrecht existem microscópios fabricados por Leeuwenhoek de uma só lente de cristal capaz de ampliar 270 vezes capaz de observar detalhes de 1,5 milésimos de milímetro.[5] Leeuwenhoek e viveu toda sua vida em Delft na Holanda, tornou-se famoso tendo recebido a visita do czar Pedro o Grande. Sem saber latim Leeuwenhoek não tinha condições de escrever um artigo científico. Uma de suas cartas escritas à Royal Society detalhando seus experimentos foi publicada na Philosophical Transactions.[6] Lucien Febvre em Le problème de LÍncroyance au XVIe Siécle de 1946 afirma: “Não se olha enquanto não se sabe se há alguma coisa a ver, e, sobretudo se sabemos ou acreditamos que não há nada a ver. A inovação de Anton van Leeuwenhoek, o inventor do microscópio, consistiu principalmente em sua decisão de olhar”.



[1]MOSLEY, Michael.Uma história da ciência. Rio de Janeiro:Zahar, 2011, p. 208

[2]BARRETO, Elias. Enciclopedia das grandes invenções e descobertas, São Paulo: Cascono Editores, 1971, p. 184

[3]Uma breve história das descobertas: da antiguidade ao século XX, São Paulo:Escala, 2012, p. 48

[4]ABRIL Cultural, Medicina e Saúde. História da Medicina, v.I, São Paulo, 1970, p. 151

[5]RONAN, Colin. História Ilustrada da Ciência: Da Renascença à Revolução Científica. v.3, São Paulo:Jorge Zahar, 2001, p.146

[6]ROSSI, Paolo. O nascimento da ciência moderna na Europa, Bauru:Edusc, 2001, p. 311


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