Empédocles (490 – 435 a.c)[1] desenvolveu sua teoria dos quatro elementos primordiais do universo, que eles denominava “raízes”[2] e Aristóteles mais tarde chamaria de “elementos”[3], terra, ar, fogo e água.[4] Para Empédocles: “Saiba que são quatro as raízes de todas as coisas: Zeus brilhante [fogo], Hera nutriz [ar], Edoneu [Hades, terra] e Nestis [água] que alimenta com as suas lágrimas as fontes da vida para os mortais”[5]. Empédocles nunca usou o termo "elemento" (em grego: stoicheion), que parece ter sido usado pela primeira vez por Platão. Segundo Plutarco: “Empédocles, diz que existem quatro elementos, o fogo, o ar, a água e a terra, e dois princípios ou faculdades e potências principais, acordo e desacordo, um dos quais tem a força e o podre de juntar e unir, e o outro de separar e desunir”.[6] Segundo Empédocles os quatro elementos são movidos por duas forças antagônicas, o amor que une e o ódio que separa [7]. Segundo Abel Rey a teoria dos quatro elementos formulada por Empédocles é “uma das mais extraordinárias sínteses teóricas que a ciência já realizou. Será a grande hipótese de trabalho até o século XVI e mesmo ate o início do século XVII”.[8]
[1] STRATHERN, Paul. O
sonho de Mendeleiev: a verdadeira história da química, Rio de Janeiro:Zahar,
2002, p.22
[2] TATON, René. A ciência
antiga e medieval, tomo I, livro 2, Sâo Paulo:Difusão Europeia, 1959, p. 19;
GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia, São Paulo: Cia das Letras, 1995, p. 49;
SOUZA, José Cavalcante. Os pré socráticos: fragmentos, doxografia e
comentários. Coleção os pensadores, São Paulo: Abril Cultural, 1985, p. XXVI,
214
[3] RUSSELL, Bertrand.
História do pensamento ocidental, Rio de Janeiro:Nova Fronteira,2016, p.43
[4] RONAN, Colin. História Ilustrada da Ciência: das origens à Grécia. São Paulo:Círculo do Livro, 1987, p.82; SEDGWICK, W.; TYLER, H; BIGELOW, R. História da ciência: desde a remota antiguidade até o alvorescer do século XX, Rio de Janeiro:Ed. Globo, 1952, p.55
[5] MONDOLFO, Rodolfo. O pensamento antigo v.I. São Paulo:Mestre Jou, 1964, p.98
[6] LAFONT, Olivier. A química. In: COTARDIÈRE, Philippe. História das ciências: da antiguidade aos nossos dias, Rio de Janeiro:Saraiva, 2011, p.133
[7] MONDOLFO, Rodolfo. O pensamento antigo: desde Aristóteles até os neoplatônicos, São Paulo: Mestre Jou, 1973, p. 240
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