Platão no Menon desenvolve o conceito de que o
conhecimento das coisas não se baseava na observação, mas na “reminiscência”
em um recordar de uma existência prévia.[1] A alma
busca encontrar as ideias porque as contemplou no mundo da verdade eterna antes
de ter encarnado.[2] Usando deste método Platão menciona uma cena em que Sócrates extrai de um jovem
escravo por meio de perguntas, o reconhecimento de uma verdade geométrica. [3] A
maiêutica socrática tem como significado “dar à luz”, “parir” o conhecimento (maîa,
em grego, “parteira”) e pressupõe que "a verdade está latente em todo ser
humano, podendo aflorar aos poucos na medida em que se responde a uma série de
perguntas simples, quase ingênuas, porém perspicazes". Segundo Rodolfo Mondolfo,
Platão transforma o método socrático da maiêutica em uma teoria do conhecimento
onde serão as coisas sensíveis que nos despertam a lembrança das ideias, porque
são suas sombras e permitem que encontremos a luz deixando nossa caverna, ou
seja, deixemos de nos prender ao mundo dos sentidos.[4] Heidegger
observa que na filosofia de Platão o termo usado para “verdade” é “aleteia’, em
que lethea significa “esquecimento”
de modo que a verdade consiste em desfazer o esquecimento. Platão no Teeteto
escreve: “a filosofia começa com a perplexidade” pois somente esta será
capaz de romper com esse esquecimento.
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