quarta-feira, 26 de agosto de 2020

A inovação em Francis Bacon

 

 Para Francis Bacon: “um homem que se esforce para aumentar o poder e o domínio do gênero humano no mundo, tal ambição, se é que assim pode ser chamada, é de todas a mais saudável e a mais augusta”[1], ou seja, a ciência não como instrumento para se conquistar um poder pessoal ou de sua nação, mas para o progresso da humanidade. Para Francis Bacon: “a verdadeira e legítima meta das ciências é a de dotar a vida humana de novos inventos (novis inventis) e recursos [...] a introdução de notáveis descobertas ocupa de longe o mais alto posto entre as ações humanas. Esse foi também o juízo dos antigos. Os antigos com efeito tributavam honras divinas aos inventores, enquanto que concediam aos que se distinguiam em competimentos públicos, como os fundadores de cidades e impérios, os legisladores, os libertadores da pátria de males repetidos, os debeladores das tiranias, etc.  simplesmente honras de heróis. E em verdade, a quem estabelecer entre ambas as coisas um confronto concreto, parecerá justo o juízo daqueles tempos remotos. Pois de fato os benefícios dos inventos podem estender-se a todo o gênero humano e os benefícios civis alcança, apenas algumas comunidades e estes duram poucas idades enquanto que aqueles  podem durar para sempre”.[2] Referindo-se a imprensa, a pólvora e a bússola Francis Bacon refere-se a mudanças em todo o mundo que promoveram tais invenções, a primeira nas letras, a segunda na arte militar e a terceira na navegação.

[1]ROSSI, Paolo. Francis Bacon: da magia à ciência. Curitiba:Ed. UFPR, 2006, p.128

[2]BACON, Francis. Novum Organum, Os pensadores, São Paulo: Abril Cultural, 1973, p.55



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