domingo, 5 de julho de 2020

Torre de Babel

Os zigurates tinham origem na Suméria, uma construção em forma de toro composta por sucessivos terraços[1], revestidos por ladrilhos coloridos, pedras ou tijolo queimado[2]. A forma dos zigurates se assemelhava a pirâmide egípcia escalonada de Saqqara e ao templo maia de Chichén Itzá pois neste também havia um tempo no topo da construção[3]. Carroll Quigley argumenta que os zigurates são um testemunho da origem montanhesa dos sumerianos.[4]Samuel Kramer mostra que os zigurates tem afinidades com as pirâmides porém seu significado é oposto: enquanto as pirâmides são túmulos em forma de labirinto onde não entra a luz do dia os zigurats é uma escadaria banhada pela luz do sol para se chegar à divindade conectando céu e terra.[5]O zigurat dedicado a Marduk foi construído por Sabium (1844-1831 a.c.)[6]. O zigurat Etemenanki (“a casa da aliança do ceu e da terra”) na Babilônia do qual só restam os alicerces do contorno da base quadrada, alguns acreditam ser a bíblica torre de Babel (Genesis 11:1-9), ou templo de Marduk composto por sete andares e 90 metros de altura[7]. No aramaico Babilu significa “portão de Deus”, em hebraico bilbel significa “confusão”.[8]Alguns zigurates, contudo, são descritos com quatro ou cinco andares o que torna difícil a associação com os sete planetas reconhecidos pelos babilônios. Para Deodoro da Sicília o zigurate servia de observatório. [9]Peter Bruegel pintou três versões da Torre de Babel das quais se encontram no Museum Boijmans Van Beuningen em Rotterdam, no Kunsthistorisches Museum em Viena enquanto a terceira versão foi perdida. [10]
[1] BURNS, Edward McNall. História da civilização ocidental, Rio de Janeiro:Ed. Globo, 1959, p.83; ROBERTS, J.M. history of the world, Oxford University Press, 1992, p.45,50
[2] WRIGHT, Ronald. Uma breve história do progresso, São Paulo:Record, 2007, p.180
[3] ROAF, Michael. Mesopotâmia v.I, Lisboa:Ed. Del Prado, 1996, p. 102
[4] QUIGLEY, Carroll. A evolução das civilizações, Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1961, p.159
[5] KRAMER, Samuel. Mesopotâmia o berço da civilização, Rio de Janeiro: José Olympio, 1983, p. 149
[6] BOUZON, Emanuel. As cartas de Hammurabi. Rio de Janeiro:Vozes, 1986, p. 25
[7] GARBINI, Gioavanni, O mundo da arte: o mundo antigo, São Paulo: Enciclopédia Britânica do Brasil, 1966, p.69; EYDOUX, Henri Paul. Os homens que construíram a torre de Babel. In: Seleções do Reader’s Digest, Os últimos mistérios do mundo, Lisboa, 1979, p.170; ULRICH, Paul. Os grades enigmas das civilizações desaparecidas, Grécia, Roma e Oriente Médio, Rio de Janeiro, Otto Pierre Ed, 1978, p.220; EYDOUX, Henri Paul. Á procura dos mundos perdidos, São Paulo:Melhoramentos, 1967, p. 58; https://pt.wikipedia.org/wiki/Etemenanki
[8] BERLITZ, Charles. As línguas do mundo, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988, p. 13
[9] CROUZET, Maurice. História Geral das Civilizações: O Oriente e a Grécia Antiga: as civilizações imperiais, v. I, Rio de Janeiro:Bertrand Brasil, 1998, p. 269

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Doação de Constantino

  Marc Bloch observa a ocorrência de falsificações piedosas tais como a pseudo doação de Constantino ( Constitutum Donatio Constantini ) ao ...