Taça de Nestor encontrada em Micenas
Taça de Nestor, na verdade um kantharos de lâminas de ouro é uma vasilha utilizada para beber encontrada por Schliemann na tumba IV do círculo funerário de Micenas e data do século XVI a.c. e que se encontra no Museu Arqueológico Nacional de Atenas na Grécia. A "Copa de Nestor" de Micenas com evidente aspecto de pouco elaborada[1] teria sido enterrada alguns séculos antes do guerreiro Nestor ter a usado em Tróia além de diferir da descrição de Homero, em vários aspectos, além de ser muito menor. Cesare Cantu mostra que Nestor tinha um escudo embutido de ouro e que os gregos sabiam como amalgamar o ouro com a prata[2]. O copo de Micenas tem duas alças como duas pombas, enquanto o copo de Homero tem quatro asas e um único pássaro para cada alça, na verdade falcões. Na Ilíada há a seguinte descrição: “Além destes ela colocou um copo, um magnífico trabalho Nestor tinha trazido de casa, cravejado de ouro. Havia quatro pegas nele, em torno de cada uma um par de rolas de ouro foi alimentar. Abaixo havia dois suportes. Quando esse copo estava cheio, outro homem mal podia levantá-lo da mesa, mas, velho como era, Nestor o pegou com facilidade”. (XI.632-7)
Taça de Nestor encontrada em Isquia próximo a Nápoles[3]
Um segunda taça de Nestor, uma kotyle foi encontrada por Giorgio Buchner em 1954 em escavações em uma sepultura no antigo sítio grega de Pithekoussai na ilha de Ischia em Itália à entrada do golfo de Nápoles contendo inscrição datado de 720 a.c. em referência a de trecho da Ilíada[4]: “Sou a taça de Nestor. Quem desta taça beber. Será assaltado pela sutil e sedutora persuasão da belamente coroada Afrodite”[5] escrita eubeu usado na ilha grega de Eubeia e considerado a referência mais antiga do alfabeto grego e que acabou sendo transmitida aos etruscos e posteriormente aos latinos. Giorgio Buchner, em artigo publicado en 1966: Pithekoussai: Oldest Greek Colony in the West afirma que a inscrição representa o primeiro exemplar de poesia épica homérica conservada en sua escrita contemporânea. A simplicidade de uma taça em barro, contudo, não é compatível com a riqueza descrita pela taça de Nestor na Ilíada. Yves Gerhard[6], traz outra possibilidade de tradução: “Deixar de lado o copo de Nestor, como excelente como pode ser para beber; mas aquele que beber deste outro deve ser imediatamente apreendido pelo desejo de Afrodite bem-coroado ". A inscrição foi apontada como uma referência para a Ilíada como Barry B. Powell chama de "primeira alusão literária da Europa", no entanto, outros estudiosos, negam que a inscrição refere-se à Ilíada, e que o texto remonta a mitologia e tradição oral independente dos poemas homéricos. Barry Powel sugere que a inscrição em três frases, parece ser uma relíquia humorística de um jogo de festa para beber chamado skolion (“ziguezague”): ao jogar o jogo, na qual uma primeira pessoa inicia com o primeiro verso de forma zombeteira sob uma taça simples e comum de barro: "Eu sou o delicioso copo de Nestor", parodia a prática de riscar o nome de alguém em um copo. O segundo jogador, para quem a xícara é passada, não apenas enfrenta o desafio, como também melhora (linha 2) parodiando no hexâmetro com "Quem me rouba fica cego", mas, novamente, o pensamento não está completo. Assim, o copo é passado para um terceiro jogador, que adiciona a linha 3, prevendo no hexâmetro uma experiência sexual agradável.[7]
[1] DURANDO, Furio. A Grécia antiga, Barcelona:Folio, 2005, p.24
[2] CANTU, Cesare. História Universal, v. II, São Paulo:Editora das Américas, 1958, p.84
[3]https://www.labrujulaverde.com/2020/06/la-copa-de-ceramica-que-contiene-el-primer-fragmento-conocido-de-poesia-griega-la-mas-antigua-referencia-escrita-de-la-iliada-y-el-origen-del-alfabeto-latino
[4] BELL, Maurice. Druidas, heróis e centauros, Belo Horizonte:Itatiaia, 1959, p. 84; ROSS, Norman. The epic of man, Life Magazine, 1962, p. 151; HALL, Edith. The ancient greeks, London:Vintage, 2015, p.25
[5] BOWRA, Maurice. Grécia Clássica, Rio de Janeiro: Livraria José Olympio, 1969, p. 42
[6]Yves Gerhard (2011). La "cupê de Nestor": reconstituição du vers 1, Zeitschrift für Papyrologie und Epigraphik , 176, 7-9.
[7] POWEL, Barry. Who Invented the Alphabet: The Semites or the Greeks? Biblical Arqueology Society, 1998 https://web.archive.org/web/20051230142345/http://www.basarchive.org/sample/bswbBrowse.asp?PubID=BSAO&Volume=1&Issue=1&GroupID=2
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