Perry Anderson aponta que o modelo escravista baseado no latifúndio que contribuiu para expansão do império romano foi uma época em que se registrou o maior progresso da tecnologia em relação a antiguidade clássica por exemplo com a invenção do moinho rotativo na Itália e Espanha no século II a.c. bem como da prensa parafuso[1] Embora não desprovido de algum avanço tecnológico “a sua dinâmica contudo era muito limitada, uma vez que assentava, essencialmente, mais na anexação de trabalho[com novos escravos] do que na exploração da terra ou na acumulação de capital; por isso ao contrário dos modos de produção capitalista ou feudal que se lhe seguiram, o modo de produção escravagista possuía um bem pequeno impulso objetivo para o avanço tecnológico, já que o seu tipo de crescimento, por incorporação do trabalho, constituía um campo estrutural resistente em última análise às inovações técnicas, embora inicialmente não isento delas”. Pouco uso foi feito da roda da azenha que surgiu na Palestina no século I d.c e a ceifeira de rodas que surgir na Gália do mesmo século em auxílio à colheita agrícola: “ambos os casos demonstram amplamente que apenas a técnica em si não é nunca um motor primeiro da transformação econômica: os inventos dos indivíduos podem permanecer isolados durante séculos, enquanto não tiverem surgido as relações sociais capazes de os por em prática como tecnologia coletiva. O modo de produção escravagista não tinha espaço nem tempo para a azenha ou para a ceifeira: a agricultura romana ignorou-os durante toda a sua existência. É significativo que os únicos grandes processos de invenção ou técnica aplicada que sobreviveram ao Império Romano tenham ocorrido no campo da engenharia militar ou da arquitetura, e se tenham destinado ao seu complexo de arsenais e fortificações e ao seu repertório de ornamentação cívica”.[2]
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