Para
Humphrey Kitto a arte da Grécia Clássica e suas cerâmicas não foi uma criação
nova mas antes um Renascimento da antiga civilização micênica.[1] Nas
colônias gregas era comum a imitação das cerâmicas de Corinto e da Eubeia.[2] Em Tarento
a partir do século IV formou-se uma grande indústria de imitação das cerâmicas
de Atenas.[3] Por
volta do século V a.c. no apogeu da polis clássica, Atenas, Corinto e Egina e
provalmente outras cidades importantes tinham uma significativa população escrava.
[4]Em Eubeia
desenvolveu o estilo protogeométrico baseado na tradição micênica entre 1100
a.C. e 800 a.C. na Grécia. O estilo marcou a transição entre as decorações
lineares muito simples da idade do bronze e o uso de semicírculos e círculos
concêntricos desenhados com compasso do período geométrico. O estilo foi
possibilitado pela invenção do uso e vários pinceis presos a compassos.[5] O
período de 700 a 610 a.c. é conhecido com período orientalizante reflexo dos
contatos comerciais e culturais com o Oriente mediterrâneo, anatólio e
mesopotâmico[6].
Vasos de Rhodes e Corinto mostram esta influência orientaliizante policromada[7]. De 650
a 550 a.c. a cerâmica de Corinto é exportada em grandes quantidades para toda a
Grécia, o que evidencia um alto grau de concentração industrial[8], porém
já a partir de 560 a.c. os atenienses já colocam suas próprias marcas de
Ergótimos e Clítias, de Nicostenes, de Exéquias, de Androquides conquistando os
mercados do Chipre, Egito, Etrúria e o Ponto Euxino e levando ao declínio de
Corinto[9]. Entre
as técnicas desenvolvidas entre os ceramistas de Corinto destaca-se a incisão
em que o artista com uma ponta seca fazia sulcos de verniz negro nas figuras de
tal modo que conseguir um traço fino e escavado, em que reaparecia a cor
natural da argila[10]. Por
volta de 550 a.c. os artesãos atenienses de cerâmica haviam conquistado o
mercado internacional substituindo as cerâmicas de Corinto e Esparta[11]. Os vasos
gregos atenienses são encontrados no Egito, Itália, Sicília, sul da França e
Espanha, e até mesmo na capital do império persa[12].
[1] KITTO, Humphrey Davey Findley. Os gregos. Coimbra:Armenio Amado,
1970, p. 43
[2] LEVI, Peter. Grécia:
berço de ocidente, Rio de Janeiro, Edições del Prado, 1997, p.66
[3] JARDÉ, A. A Grécia
antiga e a vida grega, São Paulo:Epusp, 1977, p.124
[4]
ANDERSON, Perry. Passagens da antiguidade ao feudalismo, Porto: Afrontamento,
1982, p. 38
[5] TOYNBEE, Arnold. A
humanidade e a mãe terra, Rio de Janeiro:Zahar, 1976, p.183
[6] DURANDO, Furio. A
Grécia antiga, Barcelona:Folio, 2005, p.94
[7] DUNAN, Marcel; BOWLE, John. Larousse encyclopedia of ancient &
medieval history, Paris:Larousse, 1963, p.98
[8] DERRY, T.; WILLIAMS,
Trevor. Historia de la tecnologia: desde la antiguidade hasta 1750,
Mexico:Siglo Vintuno, 1981, p.115
[9] GLOTZ, Gustavo.
História Econômica da Grécia, Lisboa:Cosmos, 1973, p. 132
[10] JARDÉ, A. A Grécia
antiga e a vida grega, São Paulo:Epusp, 1977, p.121
[11] TOYNBEE, Arnold. A
humanidade e a mãe terra, Rio de Janeiro:Zahar, 1976, p.226
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