sexta-feira, 17 de julho de 2020

Cerâmica de Corinto


Para Humphrey Kitto a arte da Grécia Clássica e suas cerâmicas não foi uma criação nova mas antes um Renascimento da antiga civilização micênica.[1] Nas colônias gregas era comum a imitação das cerâmicas de Corinto e da Eubeia.[2] Em Tarento a partir do século IV formou-se uma grande indústria de imitação das cerâmicas de Atenas.[3] Por volta do século V a.c. no apogeu da polis clássica, Atenas, Corinto e Egina e provalmente outras cidades importantes tinham uma significativa população escrava. [4]Em Eubeia desenvolveu o estilo protogeométrico baseado na tradição micênica entre 1100 a.C. e 800 a.C. na Grécia. O estilo marcou a transição entre as decorações lineares muito simples da idade do bronze e o uso de semicírculos e círculos concêntricos desenhados com compasso do período geométrico. O estilo foi possibilitado pela invenção do uso e vários pinceis presos a compassos.[5] O período de 700 a 610 a.c. é conhecido com período orientalizante reflexo dos contatos comerciais e culturais com o Oriente mediterrâneo, anatólio e mesopotâmico[6]. Vasos de Rhodes e Corinto mostram esta influência orientaliizante policromada[7]. De 650 a 550 a.c. a cerâmica de Corinto é exportada em grandes quantidades para toda a Grécia, o que evidencia um alto grau de concentração industrial[8], porém já a partir de 560 a.c. os atenienses já colocam suas próprias marcas de Ergótimos e Clítias, de Nicostenes, de Exéquias, de Androquides conquistando os mercados do Chipre, Egito, Etrúria e o Ponto Euxino e levando ao declínio de Corinto[9]. Entre as técnicas desenvolvidas entre os ceramistas de Corinto destaca-se a incisão em que o artista com uma ponta seca fazia sulcos de verniz negro nas figuras de tal modo que conseguir um traço fino e escavado, em que reaparecia a cor natural da argila[10]. Por volta de 550 a.c. os artesãos atenienses de cerâmica haviam conquistado o mercado internacional substituindo as cerâmicas de Corinto e Esparta[11]. Os vasos gregos atenienses são encontrados no Egito, Itália, Sicília, sul da França e Espanha, e até mesmo na capital do império persa[12].


[1] KITTO, Humphrey Davey Findley. Os gregos. Coimbra:Armenio Amado, 1970, p. 43
[2] LEVI, Peter. Grécia: berço de ocidente, Rio de Janeiro, Edições del Prado, 1997, p.66
[3] JARDÉ, A. A Grécia antiga e a vida grega, São Paulo:Epusp, 1977, p.124
[4] ANDERSON, Perry. Passagens da antiguidade ao feudalismo, Porto: Afrontamento, 1982, p. 38
[5] TOYNBEE, Arnold. A humanidade e a mãe terra, Rio de Janeiro:Zahar, 1976, p.183
[6] DURANDO, Furio. A Grécia antiga, Barcelona:Folio, 2005, p.94
[7] DUNAN, Marcel; BOWLE, John. Larousse encyclopedia of ancient & medieval history, Paris:Larousse, 1963, p.98
[8] DERRY, T.; WILLIAMS, Trevor. Historia de la tecnologia: desde la antiguidade hasta 1750, Mexico:Siglo Vintuno, 1981, p.115
[9] GLOTZ, Gustavo. História Econômica da Grécia, Lisboa:Cosmos, 1973, p. 132
[10] JARDÉ, A. A Grécia antiga e a vida grega, São Paulo:Epusp, 1977, p.121
[11] TOYNBEE, Arnold. A humanidade e a mãe terra, Rio de Janeiro:Zahar, 1976, p.226
[12] ROSTOVTZEFF, M. História da Grécia. Rio de Janeiro:Zahar, 1983, p.211



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