Joel Mokyr argumenta que a formação dos estados nacionais entre 1450 e
1750 é marcado por uma política mercantilista que busca estimular crescimento
econômico em que fazem parte a atração de artesãos e incentivos como patentes. Pierre
Deyon define mercantilismo como a doutrina e prática econômicas dos Estados nacionais
do século XV ao século XVIII que procura assegurar um excedente de exportações
em bens e serviços sobre as importações como forma de atrair metais preciosos
considerados indispensáveis à prosperidade
da nação e ao poder do Estado.[1] O termo
“mercantilismo” foi usado por Adam Smith que denuncia o sistema como injusto na
medida em que estimula exportações e penaliza importações para criar uma
balança favorável ao país. Para Adam Smith o mercantilismo guiado pelos interesses
intervencionistas e egoístas mercantis prejudica o crescimento natural dos
capitais em um ambiente de livre mercado[2]. O
termo, contudo, assume um papel positivo como política estatal para Gustav von
Schmoller no século XIX[3] e
Frederic List que defende de ação de um Estado protecionista em defesa de suas
próprias indústrias[4].
Keynes no século XX conclui que “num tempo em que as autoridades não podiam
agir diretamente sobre a taxa de juro interna, nem sobre os motivos que a
governam, as entradas de metais preciosos, resultantes de uma balança favorável,
era os únicos meios indiretos de baixar a taxa de juro interno, isto é de
aumentar a inclinação em se fazer investimentos”[5].
Luís XI na França atraiu artesãos italianos para formação da indústria da seda
na França.[6] O
ministro da economia Colbert (1619-1683) promoveu uma política mercantilista na
França que na avaliação de Boissonnade: “A França lhe deve o fato de se ter
tornado um grande estado industrial, de ter durante quase um século detido uma
verdadeira realeza econômica e de, jamais ter decaído em três séculos do lugar
eminente que ele lhe deu. Tal foi a parte imortal de Colbert na grandeza de seu
país”.[7]
[1]
DEYON, Pierre. O mercantilismo, São Paulo: Perspectiva, 1985, p. 88
[2]
DEYON, Pierre. O mercantilismo, São Paulo: Perspectiva, 1985, p. 75
[3] CAMERON, Rondo. A concise economic history of the world, New York:Oxford
University Press, 1998, p.131
[4]
DEYON, Pierre. O mercantilismo, São Paulo: Perspectiva, 1985, p. 75
[5]
DEYON, Pierre. O mercantilismo, São Paulo: Perspectiva, 1985, p. 81
[6] MOKYR, Joel. The lever of riches: technological creativity and economic progress, New
York:Oxford University Press, 1990, p.78
[7]
DEYON, Pierre. O mercantilismo, São Paulo: Perspectiva, 1985, p. 111
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