A intensa atividade dos artesãos atenienses atraiu artesãos estrangeiros para sus oficinas por todo mediterrâneo e Oriente Médio entre os quais possivelmente Policletos de Argos[1] autor de esculturas como Diadúmeno ("O Portador do Diadema"), Doríforo e o Discóforo.[2] Fídias era especialista em diversas técnicas a ponto de Plutarco a ele se referir como aquele que “resolvia tudo, conhecia tudo”.[3] O Parthenon como a construções de Propileus, Erechtheion, Odeon e o templo de Eleusis foram algumas das construções realizadas com o fim da guerra com os persas que possibilitou a aplicação de recursos antes usados para a defesa[4]. Marco Zindano observa que o Parthenon representa a vitória da razão sobre o primitivo exaltando o cidadão ateniense em relação aos demais povos.[5] Ctesífon e seu filho Metágenes foram os construtores do Templo de Artemis em Éfeso no século VI a.c., tendo inventado máquinas para transportar colunas do templo segundo Vitrúvio.[6] Nos Elementos de Euclides a constante surge em conexão com a geometria do pentágono regular.[7] O pentagrama do grego - penta (cinco) + gramma (linha) usado pelos pitagóricos é um pentágono regular estrelado onde o ponto de interseção P de duas diagonais divide cada uma delas na proporção áurea. No entanto, o Partenon foi construído em 447 a.C., mais de um século antes que Euclides descobrisse a razão áurea.[8] Vitrúvio elabora um sistema de construção baseado nas proporções humanas assim as colunas dóricas eram masculinas e as coríntias femininas[9]. O capitel de uma coluna identificava-se com a cabeça humana, enquanto que a coluna era o torso e a base os pés. [10]O capitel coríntio é caracterizado pela forma de cesta de flores cheia de folhagens, e segundo Vitrúvio foi uma criação de Calímaco, ourives de Corinto de modo que os traços do capitel e finos detalhes se obtém naturalmente ao enrolar uma lâmina metálica, sendo o monumento de Lisícrates um exemplo típico.[11] Moses Finlay observa que a ordem coríntia não é de modo algum uma ordem independente, mas uma derivação do jônico, e de qualquer forma de pouca importância na arquitetura grega, assumindo maior destaque nos tempos de Roma[12]. Os arquitetos gregos sabiam que um cilindro perfeito olhado de certa distância dá a falsa sensação de que é mais estreito no meio de sua altura e por esta razão engrossavam as suas colunas neste ponto transformando as geratrizes retas em curvas que denominavam êntase. Vitrúvio descreve outras técnicas: um frotão exatamente aprumado parece que está caindo para trás de modo que para anular este efeito eram construídos desaprumados, como se estivessem caindo para frente, na verdade tratam-se de deformações mínimas que representação precauções que não foram tomadas em obras modernas como o Panteão de Paris.[13] Peter Kidson mostra que existe um mito de que os princípios matemáticos da arquitetura grega foram perdidas com os séculos e seriam somente retomados com os arquitetos italianos renascentistas, quando na verdade o que se observa é uma continuidade desta tradição. Peter Kidson mostra também que Vitrúvio como arquiteto romano faz um relato impreciso da arquitetura grega procurando mostrar a superioridade dos romanos.[14]
[2] DUNAN, Marcel; BOWLE, John. Larousse encyclopedia of ancient & medieval history, Paris:Larousse, 1963, p.128 https://pt.wikipedia.org/wiki/Diad%C3%BAmeno
[3] EYDOUX, Henri Paul. Á procura dos mundos perdidos, São Paulo:Melhoramentos, 1967, p. 166
[4] ULRICH, Paul. Os grades enigmas das civilizações desaparecidas, Grécia, Roma e Oriente Médio, Rio de Janeiro, Otto Pierre Ed, 1978, p.74
[5] ZINGANO, Marco. Platão & Aristóteles: o fascínio da filosofia, São Paulo:Odysseus Editora, 2002, p.17
[6] CARVALHO, Nuno. A estrutura dos sistemas de patentes e de marcas: passado, presente e futuro. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009, p. 149
[7] STEWART, Ian. O fantástico mundo dos números, Rio de Janeiro, Zahar, 2016, p.216
[8] VENTURA, Felipe. Os mitos e verdades da proporção áurea, 2015, http://gizmodo.uol.com.br/mitos-proporcao-aurea/
[9] JARDÉ, A. A Grécia antiga e a vida grega, São Paulo:Epusp, 1977, p.100
[10] CORNELL, Tim; MATHEWS, John. Renascimento v.I , Grandes Impérios e Civilizações, Lisboa:Ed. Del Prado, 1997, p. 70
[11] CARVALHO, Benjamin de Araújo. A história da arquitetura, Rio de Janeiro:Edições de Ouro, p.154
[12] FINLEY, Moses. Los griegos de la antiguedad. Barcelona: Editorial Labor, 1966, p. 166
[13] CARVALHO, Benjamin de Araújo. A história da arquitetura, Rio de Janeiro:Edições de Ouro, p.156
[14] KIDSON, Peter. Arquitetura e planejamento urbano. In: FINLEY, Moses. O legado da Grécia, Brasília:UNB, 1998, p. 421
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