Heron escreveu livros sobre mensuração de volume de cones, cilindros, paralelepípedos, prismas e outros sólidos. Por não ter sido citado por Plínio ou Vitrúvio acredita-se que as obras de Heron, discípulo de Ctesíbio datem da última metade do século I .[1] Os textos de Heron, contudo, ficaram permaneceram pouco conhecidos ate o século XIX estavam disponíveis apenas em árabe.[2] Usher observa que os tratados de ciência pura estavam disponíveis, porém, os de ciência prática eram transmitidos principalmente pela forma oral de modo que não existe um texto grego completo da mecânica de Heron, há apenas uma versão árabe de quatro manuscritos: “é muito estranho eu não se tenha feito uma tradução latina do tratado de Heron, mas isso pode ser consequência de circunstâncias similares, e é mais que provável que Heron já estivesse superado no tempo do renascimento latino”[3]. Usher destaca que um dos principias mecanismos de difusão das habilidades dos ofícios na antiguidade e período medieval era a transmissão oral direta.[4] No livro de Mecânica Heron descrevem cinco elementos: molinete, alavanca, polia, cunha e parafuso e como poderiam ser usados para levantar cargas[5]. Heron também desenvolveu armamentos como um lançador de flechas o gastraphetes [6] e o cheiroballistra uma besta portátil projetada para atirar flechas grandes à distâncias[7]. Arnold Toynbee observa o motor a vapor inventado com um brinquedo por Heron poderia ter sido um princípio usado no exército para solução de problemas logísticos, no entanto suas soluções nunca atraíram o interesse heleênico para soluções práticas.[8] Heron descreve prensas parafuso para tratamento de alimentos como olivas e uvas[9]. Pinturas em Pompeia revelaram prensa com dois parafusos aplicadas para prensar tecidos. O óleo de oliva e vinho tornaram-se importantes produtos de exportação da Grécia.[10]
[1] THORNDIKE, Lynn. A History of magic and experimental science, v.I, Columbia University Press, 1923, p.188
[2] USHER, Abbott. Uma história das invenções mecânicas, Campinas:Papirus, 1993, p. 126
[3] USHER, Abbott. Uma história das invenções mecânicas, Campinas:Papirus, 1993, p.142
[4] USHER, Abbott. Uma história das invenções mecânicas, Campinas:Papirus, 1993, p. 143
[5] SINGER, Charles; HOLMYARD, E. A history of technology, v.II, Oxford, 1956, p.660
[6] SINGER, Charles; HOLMYARD, E. A history of technology, v.II, Oxford, 1956, p.708
[7] READERS'S DIGEST. Da idade do ferro à idade das trevas: de 1200 a.c. a 1000 d.c, Rio de Janeiro, 2010, p.92
[8]TOYNBEE, Arnold. Helenismo: história de uma civilização, Rio de Janeiro: Zahar, 1963, p. 193
[9] SINGER, Charles; HOLMYARD, E. A history of technology, v.II, Oxford, 1956, p.117; COON, Carleton. A história do homem. Belo Horizonte:Itatiaia, 1960, p.283
[10] HODGES, Henry. Technology in the ancient world, New York: Barnes & Noble Books, 1970, p. 196
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