Aristóteles em Política se refere ao boi como servindo de instrumento para o pobre[1] de tal modo que : “o escravo é um instrumento com vida [...] Se cada instrumento realizasse seu próprio trabalho, obedecendo ou antecipando a vontade dos outros [...] se a lançadeira fiasse ou o plecro tocasse a lira, sem precisar de mão para os guiar, aí então os mestres de operários não precisariam de ajudantes nem os amos seus escravos [...] Se cada instrumento pudesse, por uma ordem dada ou pressentida, executar por si mesmo o seu trabalho tal como as estatuas de Dédalo ou os tripés de Hefaístos, que segundo Homero, dirigiam-se em marcha automática ás reuniões dos deuses [...] então os chefes de família dispensariam os escravos. [...] Existem homens inferiores, tanto quanto a alama é superior ao corpo, e o homem ao bruto; o emprego das forças corporais é o melhor uso a se esperar de seu ser: são escravos por natureza. Útil aos próprios escravos, a escravidão é justa”.[2] Arístóteles se refere a Hefaístos que segundo Homero, construiu autômatos de metal que trabalhavam para ele; entre estes estavam tripés que tinham a capacidade de ir e voltar ao monte Olimpo. Para Aristóteles “serão as máquinas e não as leis que libertarão os escravos, tornando-os inúteis”[3], ou seja, ele reconhece na inovação tecnológica um papel central na transformação da sociedade.
[1] CANTU, Cesare. História Universal, v. IV, São Paulo:Editora das Américas, 1958, p.485
[2] DURANT, Will. A filosofia de Aristóteles. Rio de Janeiro, Ediouro, 1982, p.88; ISAAC, J.; WEILER, A. História Universal,Oriente e Grécia, São Paulo: Martins Fontes, 1964, p. 182
[3] MONTANELLI, Indro. História dos gregos, São Paulo:Ibrasa,1962, p. 139
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