A figura mostra o deus com cabeça de cão Anúbis pesando o coração de um morto tendo no outro lado da balança a Pluma da Verdade segundo o Livro dos Mortos (1275 a.c.)[1]O julgamento presidido por Anúbis reunia quarenta e dois demônios, cada qual especializado no julgamento de um pecado entre os quais blasfêmia, perjúrio, assassínio, luxúria, roubo e calúnia. [2]O Livro dos Mortos apresenta algumas fórmulas a serem usadas pelo falecido em seu julgamento diante de Osíris: “Homenagem a ti, Deus grande, Senhor da Verdade e da Justiça ! Não cometi fraude alguma para com os homens. Não atormentei a viúva. Não menti ante ao tribunal. Não conheço a má fé. Não impus a um chefe de trabalhadores mais trabalhos do que devia fazer a cada dia. Não fui negligente. Não fui ocioso. Não cometi sacrilégio. Não maltratei o escravo perto de seu amo. A ninguém privei de alimento.Não fiz chorar. Não matei. Não roubei as faixas nem a provisão dos mortos. Não usurpei a terra. Não falseei a balança. Não tirei o leite da boca das criancinhas. Não cortei um canal. Sou puro ! Sou puro ! Sou puro ! Ó Juízes, neste dia de Julgamento supremo, permiti que o defunto chegue até vós, ele que não pecou, que não mentiu, nem praticou o mal, mas viveu da verdade e nutriu-se da justiça. O que ele fez os homens o dizem e os deuses com isso se rejubilam: deu pão aos que tem fome, água ao sedento, roupas aquele que estava nu, ofereceu sacrifício aos deuses, repastos funerários aos defuntos. A sua boca é pura e as suas mãos são puras”[3]
[1] WHITE, Jon Manchip. O Egito Antigo, Rio de Janeiro:Zahar, 1966, p. 71; FAGAN, Brian. Los setenta grandes inventos y descobrimentos del mundo antiguo, Barcelona:Blume, 2005, p. 254
[2] GRIMBERG, Carl. História Universal: a aurora da civilização, v.1, Chile:Publicações Europa, 1989, p. 29
[3]ISAAC, J.; WEILER, A. História Universal,Oriente e Grécia, São Paulo: Martins Fontes, 1964, p. 59
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