quinta-feira, 30 de julho de 2020

Anaximandro

Anaximandro (610 a.c – 547 a.c), discípulo de Tales, localiza a terra, imóvel, no centro do universo e portanto, não precisava de apoio ou qualquer sustentáculo material.[1] Se a terra se movesse para uma direção teria de haver uma razão para isso na forma de alguma assimetria ou diferença importante nesta direção, o que não se verifica, logo ela permanece onde está imóvel. Bernard Wiliams mostra que esta lógica de Anaximandro se afasta das explicações mitológicas puras e revela a aplicação de um princípio racional organizando o universo, passível de ser compreendida pela razão humana.[2] Anaximandro propusera também a possibilidade do gênero humano ter sido uma evolução dos peixes e depois foram lançados para fora dos mares e tocaram a terra[3], ainda que ele nada fale sobre uma evolução gradual e progressiva para a adaptação ás novas condições de vida. Para Anaximandro o princípio (arché) dos seres é o infinito  do qual nascem todos os céus e universos.[4] A concepção de um mundo fechado e organizado hierarquicamente somente começará a ser quebrada com Nicolau de Cusa em 1440 com a publicação de Douta Ignorância em que defende a tese de um universo uno e ilimitado[5] e com De revolutionibus de 1543 de Nicolau Copérnico que coloca o Sol no centro do mundo e atribui a Terra um movimento orbital.

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[4]

TATON, René. A ciência moderna: o Renascimento, tomo II, v.I, São Paulo:Difusão, 1960, p. 60



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