Anaximandro (610 a.c – 547 a.c), discípulo de Tales,
localiza a terra, imóvel, no centro do universo e portanto, não precisava de
apoio ou qualquer sustentáculo material.[1] Se a
terra se movesse para uma direção teria de haver uma razão para isso na forma
de alguma assimetria ou diferença importante nesta direção, o que não se
verifica, logo ela permanece onde está imóvel. Bernard Wiliams mostra que esta
lógica de Anaximandro se afasta das explicações mitológicas puras e revela a
aplicação de um princípio racional organizando o universo, passível de ser
compreendida pela razão humana.[2] Anaximandro
propusera também a possibilidade do gênero humano ter sido uma evolução dos peixes
e depois foram lançados para fora dos mares e tocaram a terra[3], ainda
que ele nada fale sobre uma evolução gradual e progressiva para a adaptação ás
novas condições de vida. Para Anaximandro o princípio (arché) dos seres é o
infinito do qual nascem todos os céus e
universos.[4] A
concepção de um mundo fechado e organizado hierarquicamente somente começará a
ser quebrada com Nicolau de Cusa em 1440 com a publicação de Douta Ignorância em que defende a tese
de um universo uno e ilimitado[5] e com De revolutionibus de 1543 de Nicolau
Copérnico que coloca o Sol no centro do mundo e atribui a Terra um movimento
orbital.
quinta-feira, 30 de julho de 2020
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