Entre
os escravos, tidos como mercadorias, haviam diversas marcações como a do
traficante, do comprador, da Corte portuguesa indicando que os impostos haviam
sido pagos ou da Igreja indicando o batizado. [1]
A filiação étnica dos escravos pode se evidenciar na presença de marcas no seu
corpo, presentes em muitos escravos da nação iorubá, conhecida na Bahia como nagô.
Na África tais escarificações eram feitas ainda quandro crianças por
especialistas devotos de Ogum, o patrono do ferro e da guerra, com intuito se
integrar o indivíduo à sua comunidade, numa espécie de batismo sagrado. Entre
os Ijebu estes especialistas eram conhecidos como alakila “o senhor da
escarificação”. Nos relatos da devassa que debelou o levante Malê na Bahia
de 1835 há diversas referências aos “sinais da nação” conhecidos com
alabaja / abaja nos escravos presos.[2]
O reverendo Samuel Johnson do século XIX registra marcas faciais nos nativos
iorubás de diversas famílias. [3]
[1] GOMES, Laurentino.
Escravidão, v.I, São Paulo: Globo, 2019. p.282
[2]
REIS, João José. Rebelião escrava no Brasil: a história do levante dos malês em
1835, São Paulo: Cia das Letras, 2012, p. 312, 313
[3] JOHNSON, Samuel. The History of the
Yorubas: From the Earliest Times to the Beginning of the British Protectorate. Lagos:
CMS (Nigeria) Bookshop, 1956, p. 106
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