domingo, 21 de junho de 2020

Zodíaco de Dendera

O zodíaco de Dendera foi encontrado em 1820 pelas tropas de Napoleão no teto do templo à deusa Hathor em Dendera, do período greco romano (332 a.c. a 395 a.c.)[1] e removido por Sébastien Louis Saulnier e enviado ao Museu do Louvre na França.[2] O desenho que se encontrado atualmente no templo egípcio é uma reconstituição. [3]No zodíaco de Dendera pode-se observar Vênus em Peixe, Júpiter em câncer, Mercúrio em Virgem, Saturno em Libra e Marte em Capricórnio.[4] Os egípcios desconhecem os doze signos do zodíaco antes da era grega.[5] John West observa que nesta época a religião egípcia estava perdendo o prestígio épocas mais remotas e isso levava cada vez mais a que os templos revelassem seus segredos muito embora ainda decorreriam alguns séculos antes que as hordas de cristãos fanáticos expulsassem os últimos iniciados do culto de Ísis no templo de Philae (495 a.d.).[6] A representação dos signos foi identificada pelos astrônomos mesmo antes da decifração dos hieróglifos por Champollion, no entanto a ordem das constelações não corresponde às observações uma vez que a constelação de Cancer é colocada ao centro, supostamente em referência ao surgimento da civilização egípcia, o que corresponde ao ceu de 8 mil a 6 mil a.c. o que contraria a arqueologia.[7] Segundo John West havia uma relação holística entre ciência, religião no Antigo Egito: “A ciência sagrada que alimentava esses templos envolvia matemática, filosofia, religião, arte e de fato talvez o Egito Antigo talvez entre as maiores civilizações da antiguidade [...] deixou-nos um grande legado de arte e arquiteturas sagradas. Tratava-se de uma doutrina profunda que fundia arte, religião, filosofia e ciência em um todo inextrincável, ao passo que em nossa sociedade a arte, religião, filosofia e ciência são displinas separadas com pouca ou nenhuma relação entre elas”.[8]
[1] WEST, John Anthony. The traveler’s key to ancient Egypt, New York:Quest, 2012, p. 25, 397
[2] EYDOUX, Henri Paul. Á procura dos mundos perdidos, São Paulo:Melhoramentos, 1967, p. 20
[3] WEST, John Anthony. The traveler’s key to ancient Egypt, New York:Quest, 2012, p. 403, 404
[4] FAGAN, Brian. Los setenta grandes inventos y descobrimentos del mundo antiguo, Barcelona:Blume, 2005, p. 237
[5] TATON, René. A ciência antiga e medieval, São Paulo:Difusão, 1959, tomo I, v.I, p. 53
[6] WEST, John Anthony. The traveler’s key to ancient Egypt, New York:Quest, 2012, p. 26
[7] WEST, John Anthony. The traveler’s key to ancient Egypt, New York:Quest, 2012, p. 398
[8] MALKOWSKI, Edward. O Egito antes dos faraós. São Paulo:Cultrix, 2010, p. 244

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