terça-feira, 2 de junho de 2020

Stonehenge

Em 1963 Gerald Hawkins da Universidade de Boston argumentou que o alinhamento das pedras em Stonehenge demonstra que se tratava de um observatório astronômico marcando com precisão os solstícios, movimentos do sol e da lua bem como poderiam ser usados na previsão de eclipses[1]. Em 1901 Norman Lockyear argumentou que Stonehenge fora alinhada na direção do nascer do sol no solstício de verão.[2]Uma pessoa que se coloque no centro de StoneHenge e olhe na direção da pedra Heel na manhã dia 21 de junho irá observar o sol apontar levemente à esquerda do cume da pedra Heel marcando o solstício de verão[3]. Segundo Fernand Niel: “o fato de que o sol, em seu levantar-se no solstício de versão seja visto do centro de Stonehenge sobre a pedra Heel nada tem de extraordinário em si. O mais extraordinário seria que não houvesse nada deste tipo em um tal monumento [...] A tendência dos arqueólogos britânicos que se ocupam de Stonehenge é, portanto, a de negar qualquer relação entre esta pedra e a orientação do monumento para o sol levante no solstício de verão [...] o único meio de fixar o solstício de verão seria encontrado exteriormente ao templo, fato estranho para um santuário dedicado ao deus sol”.[4]Gerald Hawkings especula que as 56 marcações em forma de círculo conhecidas com Aubrey Holes podem indicar ciclos de 56 anos que poderia ser usado na previsão de eclipses.[5] A capacidade de previsão de eclipses solares e lunares também é defendida por Fred Hoyle e Alexander Thom.[6]Fernand Niel observa a grande precisão em subdividir uma circunferência em trinta partes iguais, o que possivelmente pode ter sido conseguido com uso de gabaritos[7]. Trevor Williams destaca que um punhal de 12 centímetros gravado em Stonehenge[8]datado de 1900 a.c. encontrado por Atkinson em 1953 e exibido no Devizes’ Wiltshire Museum possui um paralelo próximo em punhais de bronze da Grécia micênica[9]encontrados em estelas de tumbas micênicas que datam de 1600 a.c.[10]. Segundo Maurice Bell e Stuar Piggott este é um testemunho forte em favor de possíveis intercâmbios entre o mundo egeu e a Grã Bretanha.[11]
[1] WESTWOOD, Jenifer. Lugares Misteriosos, Vol. 1, São Paulo:Ediciones del Prado, 1995, p. 28; FAGAN, Brian. Los setenta grandes inventos y descobrimentos del mundo antiguo, Barcelona:Blume, 2005, p. 240
[2] WESTWOOD, Jenifer. Lugares Misteriosos, Vol. 1, São Paulo:Ediciones del Prado, 1995, p. 67
[3] NIEL, Fernand. Stonehenge, templo misterioso da pré história, São Paulo:Hemus, 1974, p.70
[4] NIEL, Fernand. Stonehenge, templo misterioso da pré história, São Paulo:Hemus, 1974, p.73, 74, 198
[5] HADINGHAM, Evan. Os segredos de Stonehenge. In: Seleções do Reader’s Digest, Os últimos mistérios do mundo, Lisboa, 1979, p.90
[6] MOURÃO, Ronaldo Freitas. Dicionário Enciclopédico de astronomia e astronáutica, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1987, p. 759
[7] NIEL, Fernand. Stonehenge, templo misterioso da pré história, São Paulo:Hemus, 1974, p.205
[9] DERRY, T.; WILLIAMS, Trevor. Historia de la tecnologia: desde la antiguidade hasta 1750, Mexico:Siglo Vintuno, 1981, p.25, 237; NIEL, Fernand. Stonehenge, templo misterioso da pré história, São Paulo:Hemus, 1974, p.166
[10] BELL, Maurice. Druidas, heróis e centauros, belo Horizonte:Itatiaia, 1959, p. 41; HADINGHAM, Evan. Os segredos de Stonehenge. In: Seleções do Reader’s Digest, Os últimos mistérios do mundo, Lisboa, 1979, p.84
[11] CARVALHO, Benjamin de Araújo. A história da arquitetura, Rio de Janeiro:Edições de Ouro, p.36; PIGGOTT, Stuart. A Europa antiga, Lisboa:Fund. Calouste Gulbenkian, 1965, p. 173


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