Em 1713 na segunda edição do Principia Newton acrescentou um Scholium generale em que afirma que sua teoria da gravitação teria de ser vista como uma redescoberta de uma verdade transmitida a grandes iniciados do passado como Pitágoras, Tales, Anaxágoras entre outros[1]. A doutrina pitagórica da harmonia das esferas em que o deus sol Apolo tocava uma lira de sete cordas ao centro do universo sugeria que o Sol atraía os planetas com a harmonia destes tons segundo a lei do inverso do quadrado da distância.[2]A ideia de ação á distância estava presente na doutrina de emanações de Plotino, “o distante está próximo” na medida em que “as partes em simpatia sentem a influência mesmos estando distantes umas das outras”. Variações desta teoria eram defendidas por membros da Royal Society no século XVII como Walter Raleigh, Francis Bacon e Kenelm Digby. Por esta teoria uma hemorragia poderia ser estancada à distância desde que se aplicasse á arma que causou a ferida um lenço embebido do sangue da parte machucada. O duque de Buckingham testemunhou uma cura realizada por Digby que usou uma solução como o “pó da simpatia” que havia entrado em contato com a arma causadora do ferimento. O mesmo pó também chegou a ser usado para resolver o problema da longitude conforme consta de um folheto de 1687 intitulado “Experimentos curiosos”, no qual um cachorro ferido era embarcado em um navio, com um lenço embebido do sangue do cachorro mantido em terra que era em tempos regulares imerso em uma solução com o “pó da simpatia” de modo a instantaneamente casuar uma reação à distância no cachorro, permitindo desta forma a calibração exata dos relógios, e o cálculo da longitude.[3]Gilbert em De magnete se opôs a esta teoria, defendida por renascentistas como Fracastoro, Agrippa e Cardano. [4]
[1] McCLELLAN III, James; DORN, Harold. Science and technology on world history: an introduction. The Johns Hopkins University Press, 1999, p.260
[2] HENRY, John. A revolução científica e as origens da ciência moderna. Rio de Janeiro:Zahar, 1998, p. 61
[4] MIRANDA, Antonio Carlos. A dimensão do mito. São Paulo:Alllprint, 2005, p.28
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