segunda-feira, 22 de junho de 2020

Mecometria

Muitas técnicas para o cálculo de longitude eram baseadas na variação da declinação magnética como nos métodos de João de Castro Lisboa em 1538, Gerhard Mercator em 1546 (De ratione magnetis circa navigationem) e Cristóvão Bruno.[1]Cristovão Colombo em sua viagem de retorno à Espanha vindo da América observou que a declinação magenética de uma bússola varia em cada lugar, sendo mesmo nula em alguns pontos. Isto sugeria que o mapeamento de tal informação poderia ser usado para determinar a posição do navio em alto mar. Em 1525 Felipe Guillen unindo um relógio solar a uma bússola construiu uma bujula de variación. Pedro Nunez em seu Tratado da sphera de 1537 aperfeiçoou o método de Guillen mas as medições de declinação magnética continuavam imperfeitas para qualque aplicação prática. Outros pesquisadores como Giambattista della Porta em sua Magia naturalis e Simon Stevin em 1599 também tentaram sem sucesso um método de cálculo de longitude por magnetismo sem resultados satisfatórios. Guillaume nautonier publicou a obra Mécometrie em 1602 onde intenta facilitar o cálculo da longitude geográfica de qualquer lugar mediante o magnetismo. William Gilbert no livro V de sua obra De magnete de ocupa da declinação magnética e mostra que tais métodos dependem das irregularidades das massas que formam a esfera terrestre e impedem qualquer medida precisa. Para um dado lugar William Gilbert estabeleceu como dogma que a declinação se mantinha constante com o tempo em um dado local, este um princípio fundamental para qualquer método de mecometria se revelasse viável: “variatio uniuscujusque loci constans est”. Henry Gellibrand em 1635 publicou A discourse mathematical on the variation of the magnetic needleonde descobre a variação da intensidade de campo magnético terrestre com base nas medições de predecessores como Edmund Gunter e R. Norman.[2]
[1] MOTOYAMA, Shozo. Prelúdio para uma história: ciência e tecnologia no Brasil, São Paulo:Edusp2004, p. 73
[2]SARTON, George. Six wings, men of science in the Renaissance, Bloomington: Indiana University Press, 1957, p. 94

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