sexta-feira, 5 de junho de 2020

O fim da Biblioteca de Alexandria

No século VII o califa muçulmano Omar ao saquear a cidade de Alexandria ordenou que fossem queimados todos os papiros da biblioteca de Alexandria uma vez que eles ou meramente confirmariam o que já está escrito no Alcorão sendo supérfluos ou de outra forma contradizem o Alcorão, de qualquer forma deveriam ser queimados.[1]A história diz que foram necessários seis meses para queimar quatro mil livros. George Sarton, contudo, observa que esta versão carece de provas uma vez que nesta época pouco restava para ser destruído. Já no século IV o bispo de Alexandria Teófilo sob o reino de Teodósio mandou destruiu o que restava da Biblioteca e que havia sido mantido no templo de Serapeum. Segundo Orosio já não havia qualquer vestígio da Biblioteca em 416.[2] Edward Gibbon descreveu Teófilo como "...o perpétuo inimigo da paz e da virtude, um homem mau e corajoso, cujas mãos estavam poluídas ora com ouro e ora com sangue."[3]
[1] MURRAY, Alexander. Razão. In: LE GOFF, Jacques; SCHMITT, Jean Claude. Dicionário analítico do Ocidente medieval. v.II, São Paulo:Unesp, 2017, p. 438; ROUSSEAU, Jean Jacques. Discurso sobre as ciências e as artes. Os pensadores: Rousseau, São Paulo: Abril Cultural, 1978, p. 350; CASSON, Lionel. Bibliotecas no mundo antigo, São Paulo:Vestígio, 2018, p. 157
[2] SARTON, George. Historia de la ciência, Buenos Aires:Editorial Universitaria Buenos Aires, 1959, p. 164

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