Antonio de Barros Castro contesta a simplificação de considerar o trabalho escravo como efeito de técnicas rudimentares.[1]Em Pontos e Bordados, José Murilo de Carvalho mostra que esta perspectiva de considerar o negro como um elemento passivo e irracional na dinâmica produtiva escravista, que aparece por exemplo em artigos de abolicionistas publicados na Revista o Auxiliador da Indústria Nacional, como um obstáculo ao avanço tecnológico tem sido revisto na historiografia mais recente, como Antonio de Barros Castro, Richard Graham, Robert Slenes e Pedro Carvalho de Mello, que mostram que o comportamento dos proprietários de escravos era perfeitamente racional dentro de uma perspectiva meramente econômica e diante das possibilidades tecnológicas do período colonial e que certo avanço tecnológico era compatível com o trabalho escravo. Para José Murilo de Carvalho o fim da escravidão portanto não se deu como mero avanço da sociedade de mercado e da tecnologia.[2]
[1]ALBUQUERQUE, Manoel Maurício. Pequena história da formação social brasileira, Rio de Janeiro: Graal, 1981, p. 60
[2]CARVALHO, José Murilo de. Pontos e Bordados: escritos de história e política, Belo Horizonte: UFMG, 1999, p.69
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