terça-feira, 2 de junho de 2020

As horas em Roma

Os primeiros relógios de sol gregos data da época de Alexandre, enquanto que o uso da clepsidra data do século V a.c. e consistia numa garrafa esférica dotada de um minúsculo orifício para graduar a saída do líquido.[1] O relógio de água de Heron usa um recipiente preenchido por água e que é conectado a uma boia que ao se elevar com o nível da água aponta para um cilindro dividido em escalas calibradas em horas. [2] Os dias e as noites eram divididos em doze horas cada sendo que a primeira hora do dia correspondia a seis da manhã e a décima segunda hora do dia ás dezonto horas.[3] Jerome Carcopino observa que para o registro de horas os romanos usavam gnomons e clepsidras destituídos de constância e precisão. Carcopino registra que os romanos trabalhavam até a sexta hora no verão e sétima hora no inverno. Considerando que a hora romana do solstício de verão durava 75 minutos e a hora do solstício de inverno durava 45 minutos podemos concluir que os romanos trabalhavam menos nos verões. [4]Segundo Sêneca era mais fácil dois filósofos chegarem a um acordo do que saber a hora exata em Roma.[5]Nos tribunais Marcial se queixa da fala prolongada de um dos advogados das partes: “Tu exigias com grandes gritos sete clepsidras para ti e o juiz concedeu-as, embora contrariado [...] Para que possas, de uma vez por todas, saciar a tua oratória e a tua sede, nós te rogamos, Ceciliano, que bebas agora do relógio de água”. [6]
[1] SEDGWICK, W.; TYLER, H; BIGELOW, R. História da ciência: desde a remota antiguidade até o alvorescer do século XX, Rio de Janeiro:Ed. Globo, 1952, p.36
[2]USHER, Abbott. Uma história das invenções mecânicas, Campinas:Papirus, 1993, p.194
[3] FUNARI, Pedro. Grécia e Roma, São Paulo:Contexto, 2004, p.112
[4] GIORDANI, Mario Curtis. História de Roma, Rio de Janeiro:Vozes, 1981, p. 138
[5] CARCOPINO, Jerome. A vida quotidiana em Roma, Lisboa:Livros do Brasil, 1938, p.185; BOORSTIN, Daniel. Os descobridores, Rio de Janeiro:Civilização Brasileira, 1989, p.43
[6] CARCOPINO, Jerome. A vida quotidiana em Roma, Lisboa:Livros do Brasil, 1938, p.230; BOORSTIN, Daniel. Os descobridores, Rio de Janeiro:Civilização Brasileira, 1989, p.44

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