Considerada
por George Sarton como “a mais elevada
doutrina ética do mundo antigo”[1] o
estoicismo tinha como objetivo a harmonia da alma do indivíduo com o universo. O
Cinismo foi grande influenciador do estoicismo. Segundo o cínico Diógenes de
Sinope: “a virtude do homem feliz e uma
vida tranquila consistem em serem todas as ações baseadas no princípio da
harmonia entre seu próprio espírito e a vontade daquele que dirige o universo”.[2] Para
Diógenes (412-323 a.c.), que vivia pelas ruas de Atenas na mais completa
miséria e morava em tonel, o não ter necessidade é um sinal de superioridade.
Vendo certa vez um menino beber na plama da mão, lançou fora a tigela que usava
para beber dizendo “o menino venceu-me no satisfazer-se com pouco”. Ele
era conhecido como Diógenes o Cínico pois vivia como um cão pela ruas, e o termo
"cínico" deriva do "kynikos", a forma adjetiva de
"kynon", que significa "cão"[3] Uma das
histórias conta-se que Alexandre, o Grande, ao encontrá-lo, teria perguntado o
que poderia fazer por ele. Alexandre se colocara diante de Diógenes numa posição
que lhe fazia sombra. Diógenes, então, olhando para Alexandre, disse: "Não
me tires o que não me podes dar!". Diógenes não formulou ou transmitiu
suas doutrinas mas seu estilo de vida frugal criou exemplos marcantes de
comportamento conservados na forma de histórias a seu respeito, muitas das
quais reunidas por Metrocles de Maroneia[4].
[1] SARTON, George.
Historia de la ciência, Buenos Aires:Editorial Universitaria Buenos Aires,
1959, p. 168
[2] WINTON, R; GARNSEY,
Peter. Teoria política. In: FINLEY, Moses. O legado da Grécia. Brasília: UNB,
1998, p. 72
[3] MONDOLFO, Rodolfo. O
pensamento antigo: v.I, São Paulo: Mestre Jou, 1964, p. 195
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