sábado, 9 de julho de 2022

O conceito de arte em Platão e Aristóteles

 

Para Platão “o sensível explica-se por meio de imagens, o incorpóreo somente pelo raciocínio”.[1] As coisas são imitações (mimesis) das ideias.[2] Para Platão a arte  é um empecilho ao verdadeiro conhecimento na medida em que remete ao sensível e só indiretamente ao mundo eidético, o mundo verdadeiro das formas eternas. Aristóteles por sua vez entende o belo como manifestação da ordem, simetria, proporção, tendo, portanto uma perspectiva mais positiva para as artes. [3] No Fedro Platão explica que “A essência verdadeira das coisas não tem cor, não tem imagem e não pode ser tocada, somente pode ser contemplada pela mente, governadora da alma, que é objeto da ciência verdadeira”.[4] Na República Platão se refere a Deus como criador de tais essências, no entanto, no Timeu ele diz que Deus ao criar, seguiu um modelo eterno. Rodolfo Mondolfo aponta a dificuldade em se conciliar estas duas passagens e que explica a divergência posterior com o logos cristão e os neoplatônicos para os quais as ideias seriam o pensamento da mente divina.[5]

[1] MONDOLFO, Rodolfo. O pensamento antigo v.I. São Paulo:Mestre Jou, 1964, p.223

[2] MONDOLFO, Rodolfo. O pensamento antigo v.I. São Paulo:Mestre Jou, 1964, p.225

[3] CRUZ, Murillo. A norma do novo, Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2018, p.50

[4] MONDOLFO, Rodolfo. O pensamento antigo v.I. São Paulo:Mestre Jou, 1964, p.227

[5] MONDOLFO, Rodolfo. O pensamento antigo v.I. São Paulo:Mestre Jou, 1964, p.228



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