Os cristãos aderiram com entusiasmo ao estatuto dos colégios
romanos em grandes cidades como Roma, Alexandria e Antioquia. O bispo de
Cartago, Cipriano no século III se refere a dois objetivos fundamentais de tais
colégios: a sepultura e o banquete. As sepulturas de cemitérios cristãos
mostram a importância da nova religião entre os escravos membros de tais
confrarias. Uma carta do bispo Dionísio de Roma datada de 251 relata que esta
igreja sustenta mais de 1500 viúvas e indigentes. Nas comunidade cristãs uma
mostra desta nova lógica comunitária era a maior participação das mulheres e
membros das classes mais baixas. Um destes escravos libertos, Calixto era
administrador de um cemitério em Roma, tendo chegado ao posto de bispo no
século III. Rostovtzeff chega a falar numa “nova burguesia” quando se refere a
ascenção de tais ex escravos, no entanto, a tese foi abandonada, pois a
sociedade romana continuou como uma sociedade de castas fundada no trabalho
escravo, do qual o cristianismo primitivo não fez oposição. Para Eduardo
Hoornaert esse trabalho de assistência social foi fundamental para disseminação
do cristianismo: “é um engano pensar que o invejável status de respeito na
sociedade romana que os historiadores atribuem ao cristianismo no século II se
deva a um movimento organizada de evangelização, liderado por bispos,
sacerdotes ou diáconos. Essa é uma fala imagem das origens cristãs. O cristianismo
não venceu pela pregação de seus apóstolos ou bispos, nem pelo testemunho
destemido de mártires, pela santidade de seus heróis, pelas virtudes nem pelos
milagres de seus santos. Vence, isso sim, por uma atuação persistente e
corajosa na base de edifício social e político da sociedade. Constitui numa
utopia que funcionou no sei do submundo romano”[1]
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