sexta-feira, 10 de junho de 2022

A civilização minoica

 

A era do bronze no Egeu data de 3000 a.c.[1] quando marca o início da civilização minoica quando temos o surgimento das primeiras cidades na ilha de Creta. Em Creta a civilização minoica (2500 a.c. – 1600 a.c.) utilizava selos para marcar seus vasos de azeite e fardos de mercadorias.[2] Os produtos de Creta incluíam cerâmicas, armas de bronze, pedras preciosas gravadas e joias. [3] As primeiras obras de bronze são encontradas no pátio central do antigo palácio de Cnossos em Creta.[4] A cerâmica minoica data de 2000 a.c. consistia de vasos refinados, conhecidos como Kamares, de uma técnica apurada e exportada para os egípcios e encontrada nas escavações do palácio de Cnossos e Phaistos em Creta[5]. Segundo Arthur Evans os cretenses foram a primeira potência marítima do mundo com influência cultural sobre a Europa Ocidental e Egito.[6] Os cretenses inventaram um esmalte usado em suas cerâmicas e que conferia um aspecto lustroso[7]. Na cerâmica cretense destacam-se os vasos de Camares decorados com ornamentos policrômicos, laranja, vermelho, branco sobre um fundo negro[8]. A ourivesaria de artigos de luxo encontradas em Creta mostra oficinas localizadas no interior de enormes complexos palacianos como revelou as escavações em Cnossos[9]. Lindsay Scott destaca que em sua origem a cerâmica era uma tarefa própria das mulheres, mas com a invenção da roda e o aumento de produtividade, a fabricação de cerâmicas passou a ser uma atividade exclusivamente masculina tanto em Creta como na Índia, China e Grã Bretanha. A exceção em Creta era o sítio Hebridiano datado de do segundo milênio a.c em que se destacavam as mulheres.[10] Cerca de 2000 a.c. os cretenses concederam direito de asilo a artífices expulsos da Grécia continental levando aos cretenses novas técnicas como a arte de soldar e a utilização do torno de oleiro. As oficinas reais funcionavam dentro do palácio de Cnossos para atender as demandas internas da Corte.[11] Os palácios minoanos eram todos de sistema de água encanada com vasos sanitários com descarga.[12] O touro  era um animal sagrado com várias representações nos afrescos encontrados no Palácio de Cnossos. A civilização cretense foi sucedida pela civilização micênica.[13] A partir de 1450 a.c.  as inscrições minoicas são praticamente inexistentes sendo encontrados desta época em diante o grego micênico conhecido como Linear B, o que sugere ter ocorrido uma invasão.[14] Platão em Crítias e Timeu argumenta que os sacerdotes egípcios lhe disseram de uma raça esplêndida de gregos helênicos, possivelmente estivesse se referindo aos cretenses. Leadbeater[15] sugere que vasos minoanos encontrados em Aphidna mostre símbolos maçônicos, no entanto, não há qualquer elemento que fundamente esta teoria.



[1] História da Grécia Antiga #2 - com Donald Kagan, de Yale, 1:40, https://www.youtube.com/watch?v=elFKaI0IjKI

[2] CHILDE, Gordon. A evolução cultural do homem, Rio de Janeiro:Zahar, 1966, p.174

[3] QUIGLEY, Carroll. A evolução das civilizações, Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1961, p.187

[4] LOON, Hendrick van. As artes. Porto Alegre:Edição da Livraria do Globo, 1941, p. 37

[5] Focus Filmes. DVD. Os segredos da arqueologia. Segredos da ilha de Minos, Novara, Itália, v.5, 2002; DERRY, T.; WILLIAMS, Trevor. Historia de la tecnologia: desde la antiguidade hasta 1750, Mexico:Siglo Vintuno, 1981, p.24

[6] READER’S DIGEST. Os últimos mistérios do mundo, Rio de Janeiro, 2003, p. 30

[7] LOON, Hendrick, As Artes, Porto Alegre: Livraria Globo, 1941, p. 111

[8] JARDÉ, A. A Grécia antiga e a vida grega, São Paulo:Epusp, 1977, p.119

[9] DURANDO, Furio. A Grécia antiga, Barcelona:Folio, 2005, p.22

[10] LINDSAY, Scott. The pottery industry. In: SINGER, Charles; HOLMYARD, E. A history of technology, v.II, Oxford, 1956, p.407

[11] ULRICH, Paul. Os grades enigmas das civilizações desaparecidas, Grécia, Roma e Oriente Médio, Rio de Janeiro, Otto Pierre Ed, 1978, p.31, 33

[12] BOWRA, Maurice. Grécia Clássica, Rio de Janeiro: Livraria José Olympio, 1969, p. 33

[13] JARDÉ, A. A Grécia antiga e a vida grega, São Paulo:Epusp, 1977, p.89

[14] READER’S DIGEST. Os últimos mistérios do mundo, Rio de Janeiro, 2003, p. 32

[15] LEADBEATER, C. Pequena história da maçonaria, Rio de Janeiro: Pensamento, 1968, p. 85, 72, 88



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