A era do bronze no Egeu data de
3000 a.c.[1] quando marca o início da civilização minoica quando temos o surgimento das
primeiras cidades na ilha de Creta. Em Creta a civilização minoica (2500 a.c. –
1600 a.c.) utilizava selos para marcar seus vasos de azeite e fardos de
mercadorias.[2] Os
produtos de Creta incluíam cerâmicas, armas de bronze, pedras preciosas
gravadas e joias. [3] As
primeiras obras de bronze são encontradas no pátio central do antigo palácio de
Cnossos em Creta.[4] A
cerâmica minoica data de 2000 a.c. consistia de vasos refinados, conhecidos
como Kamares, de uma técnica apurada e exportada para os egípcios e encontrada
nas escavações do palácio de Cnossos e Phaistos em Creta[5].
Segundo Arthur Evans os cretenses foram a primeira potência marítima do mundo
com influência cultural sobre a Europa Ocidental e Egito.[6] Os cretenses inventaram um esmalte usado em suas cerâmicas e que conferia um
aspecto lustroso[7].
Na cerâmica cretense destacam-se os vasos de Camares decorados com ornamentos
policrômicos, laranja, vermelho, branco sobre um fundo negro[8].
A ourivesaria de artigos de luxo encontradas em Creta mostra oficinas
localizadas no interior de enormes complexos palacianos como revelou as
escavações em Cnossos[9]. Lindsay Scott destaca que em sua origem a cerâmica era uma tarefa própria das
mulheres, mas com a invenção da roda e o aumento de produtividade, a fabricação
de cerâmicas passou a ser uma atividade exclusivamente masculina tanto em Creta
como na Índia, China e Grã Bretanha. A exceção em Creta era o sítio Hebridiano
datado de do segundo milênio a.c em que se destacavam as mulheres.[10] Cerca de 2000 a.c. os cretenses concederam direito de asilo a artífices
expulsos da Grécia continental levando aos cretenses novas técnicas como a arte
de soldar e a utilização do torno de oleiro. As oficinas reais funcionavam
dentro do palácio de Cnossos para atender as demandas internas da Corte.[11] Os palácios minoanos eram todos de sistema de água encanada com vasos
sanitários com descarga.[12] O touro era um animal sagrado com várias
representações nos afrescos encontrados no Palácio de Cnossos. A civilização
cretense foi sucedida pela civilização micênica.[13] A partir de 1450 a.c. as inscrições
minoicas são praticamente inexistentes sendo encontrados desta época em diante
o grego micênico conhecido como Linear B, o que sugere ter ocorrido uma invasão.[14] Platão em Crítias e Timeu argumenta que os sacerdotes egípcios lhe disseram de
uma raça esplêndida de gregos helênicos, possivelmente estivesse se referindo
aos cretenses. Leadbeater[15] sugere que vasos minoanos encontrados em Aphidna mostre símbolos maçônicos, no
entanto, não há qualquer elemento que fundamente esta teoria.
[1] História da Grécia
Antiga #2 - com Donald Kagan, de Yale, 1:40,
https://www.youtube.com/watch?v=elFKaI0IjKI
[2] CHILDE, Gordon. A
evolução cultural do homem, Rio de Janeiro:Zahar, 1966, p.174
[3] QUIGLEY, Carroll. A
evolução das civilizações, Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1961, p.187
[4] LOON, Hendrick van. As artes. Porto Alegre:Edição da Livraria do Globo, 1941,
p. 37
[5] Focus Filmes. DVD. Os
segredos da arqueologia. Segredos da ilha de Minos, Novara, Itália, v.5, 2002;
DERRY, T.; WILLIAMS, Trevor. Historia de la tecnologia: desde la antiguidade
hasta 1750, Mexico:Siglo Vintuno, 1981, p.24
[6] READER’S DIGEST. Os últimos mistérios do mundo, Rio de Janeiro, 2003, p. 30
[7] LOON, Hendrick, As
Artes, Porto Alegre: Livraria Globo, 1941, p. 111
[8] JARDÉ, A. A Grécia
antiga e a vida grega, São Paulo:Epusp, 1977, p.119
[9] DURANDO, Furio. A
Grécia antiga, Barcelona:Folio, 2005, p.22
[10] LINDSAY, Scott. The pottery industry. In: SINGER, Charles; HOLMYARD, E.
A history of technology, v.II, Oxford, 1956, p.407
[11] ULRICH, Paul. Os grades
enigmas das civilizações desaparecidas, Grécia, Roma e Oriente Médio, Rio de
Janeiro, Otto Pierre Ed, 1978, p.31, 33
[12] BOWRA, Maurice. Grécia
Clássica, Rio de Janeiro: Livraria José Olympio, 1969, p. 33
[13] JARDÉ, A. A Grécia
antiga e a vida grega, São Paulo:Epusp, 1977, p.89
[14] READER’S DIGEST. Os últimos mistérios do mundo, Rio de Janeiro, 2003, p. 32
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