sexta-feira, 6 de maio de 2022

Surya Siddhanta

 

Na literatura sânscrita hindu o Surya Siddhanta (Tratado do Sol) apresenta uma representação gráfica de diferentes fases de um eclipse e ao final conclui: “este mistério dos deuses não deve ser compartilhado indiscriminadamente: ele deve ser conhecido  para alunos experimentados com pelo menos um ano de instrução”.[1] Uma tabela de senos é apresentada no Surya Siddhanta com um sistema de memorização que representava números por conceitos, assim o 1 é substituído por uma lua (sasi) porque só existe uma lua, o dois por olhos, braços ou asas, o 3 pelo fogo porque a mitologia conhecia três tipos de fogos. Assim 102 podia ser representado por sasi-paksa-kha ou lua-asas-vazio na forma de um verso de memorização mais fácil.[2] Waerden mostra que os hindus tomaram conhecimento da astronomia grega incluindo o uso de epiciclos e a notação posicional entre 200 a 600 de modo que o Surya Siddhanta possui vários termos gregos.  Os livros hindus de aritmética representam as frações segundo a notação grega com o numerador acima do denominador sem o traço de fração.[3]



[1] NEUGEBAUER, The exact sciences in antiquity, New York: Dover, 2019, p.144

[2] WAERDEN, Van Der. Science Awakening, New Jersey: Springer, Dordrecht, 1975, p.54

[3] WAERDEN, Van Der. Science Awakening, New Jersey: Springer, Dordrecht, 1975, p.56



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