Em Pedra Furada no Parque da Serra da Capivara são
encontradas as pinturas de arte rupestre datadas de 12 mil a.c.[1], as mais
antigas que se tem registro no Brasil. Para Angyone Costa: “as inscrições rupestres no Brasil são iguais
as inscrições rupestres de toda parte: meros desenhos. Figura singelas, sinal
de comunicação de um índio para o outro. Não é possível dar-lhes outra
interpretação, porque elas não acusam nenhuma das formas de escrita. São apenas
desenhos de uma inspiração e execução semelhante ao das crianças”.[2] Bernardo
Ramos, ao contrário, considera a arte rupestre encontrada na Amazônia como uma
forma de escrita[3].
Segundo Niéde Guidon foram encontradas fogueiras de 50 mil anos, o que mostra a
presença humana de ancestrais vindos da África. Segundo Niède Guidon o fato de
tais disposições de pedras características do uso em fogueiras não poderia ter
sido casual.[4] Um artigo publicado na revista Nature de 1986 Niéde Guidon indentificou ossada
humana de 32 mil anos ap[5]. Bia
Hetzel apresenta como possibilidades vestígios de fogueiras encontradas em
Pedra Furada de 40 mil a 12 mil anos atrás.[6] Após o
período de glaciação, o nível do mar teria variado o que facilitaria a formação
de diversas ilhas entre a África e o litoral nordestino do Brasil, possibilitando
assim a travessia do Atlântico. No entanto as teses de NIéde Guidon não são
plenamente aceitas, pela falta de artefatos os restos humanos com idade
equivalente.[7] David Meltzer, James Adovasio e Tom Dillehay, acreditam que os pedaços de
quartzo encontrados em grande número do local constituiriam de geosfatos de
ocorrência natural. O carvão seria resultado de incêndios naturais. Para Guidon
contudo a área era floresta natural e menos sujeitas a incêndios naturais, além
de ser pouco provável a construção de artefatos de pedras caindo sobre as
outras de forma natural.[8] Em 2021
pesquisa realizada por Eric Boeda, Marcos Ramos e Niéde Guidon apresentaram um
artefato de pedra incomum no sítio Vale da Pedra Furada, em um contexto que
remonta a 24 mil anos ap. Os estigmas de lascamento e os traços macroscópicos
de uso-desgaste revelam uma concepção centrada na configuração de biséis duplos
e na produção no mesmo espécime de pelo menos dois artefatos sucessivos com
funções provavelmente diferentes. Esta peça apresenta inequivocamente um
caráter antrópico e revela uma novidade técnica durante a ocupação
pleistocênica da América do Sul. Este artefato confirma a existência de
ocupações humanas em 24 mil anos ap na América do Sul. Essas populações possuem
uma variedade de objetos, que refletem uma cultura material rica e
diversificada, como qualquer outra sociedade humana.[9]
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