domingo, 15 de maio de 2022

A revolução monoteísta de Aquenaton

 

Uma revolução nas artes com uma abordagem mais naturalista viria com Amenhotep IV (1352-1338 a.c.) que no sexto ano de seu reinado passa a usar o nome Akhenaton[1] quando redefiniu os dogmas da religião ao promover o culto do deus único Aton, deus do sol e mudou a capital para Tell El Amarna[2] desafiando a supremacia de Amon, divindade de Tebas.[3] Em 1975 Geoffrey Martin descobriu uma tumba de um general e regente do reino de Horemheb que se tornaria faraó, onde se pode perceber temas decorativos de tradições funerárias anteriores a Akhenaton, o que sugere que a revolução de Akhenaton tem um caráter muito menos sistemático do que se imaginava. Em 1996 em Bubasteion foram encontradas tumbas entre as quais a tumba da dama Maia, ama de leite de Tuthankamon que revela a presença das instituições menfitas reais durante o reinado de Akhenaton.[4] Byron Shafer levanta dúvidas se Akhenaton se este período de fato marca uma crença monoteísta ou se simplesmente os deuses tradicionais deixaram de ser mencionados[5], de qualquer forma sua devoção exclusiva a um aspecto não antorpormófico do culto solar, o próprio disco solar, aproxima muito este período do monoteísmo.[6] Segundo David Silverman: “não há dúvida de que Akhenaton foi revolucionário em termos do que havia acontecido antes no antigo Egito antes de seu reinado. Também não havia dúvida de que suas mudanças tiveram um efeito dramático em uma civilização que já existia quase dois milênios. Mas para entender exatamente o que suas crenças implicavam e o que motivava esse governante, deve-se primeiro lembrar que, em certa medida, Akhenaton foi um produto de seu tempo, e que seu pensamento se desenvolveu a partir de uma longa tradição e sistema de crença”.[7]

[1] Desplancques, Sophie. Egito Antigo (Encyclopaedia) . L&PM Pocket. Edição do Kindle, 2021,  p.904/1492

[2] EYDOUX, Henri Paul. Á procura dos mundos perdidos, São Paulo:Melhoramentos, 1967, p. 26; SHAFER, Byron. As religiões no Antigo Egito, São Paulo: Nova Alexandria, 2002, p. 100

[3] WEST, John Anthony. The traveler’s key to ancient Egypt, New York:Quest, 2012, p. 216

[4] ZIVIE, Alain. As reveladoras tumbas de Bubasteion. Revista História Viva, n.1, setembro 2004, p.45

[5] SHAFER, Byron. As religiões no Antigo Egito, São Paulo: Nova Alexandria, 2002, p. 230

[6] SHAFER, Byron. As religiões no Antigo Egito, São Paulo: Nova Alexandria, 2002, p. 130

[7] SILVERMAN, David. Wonders of Ancient Egypt Semana 5 Akhenaten, Tutankhamun, and the Religion of the Aten: Part 1 https://www.coursera.org/learn/wonders-ancient-egypt/lecture



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