Peter Gorman mostra que Pitágoras era propenso à
superstição, como a relatada por Aristóteles acerca do som do gongo de bronze
que Pitágoras atribui a voz de um daimon
oculto no metal[1],
ou sua proibição de se comer feijões, uma vez que se desenvolvem
assemelhando-se a um embrião humano, eles seriam almas embrionárias em um
estágio inicial de transmigração. Diógenes Laércio menciona que a rejeição a comer
feijões por parte de Pitágoras teria origem em sua estadia no Egito quando foi
iniciado nos mistérios egípcios.[2] Em um
dado episódio Pitágoras teria sido agredido por uma multidão raivosa que o
perseguia, ainda que tivesse a opção de escapar da turba atravessando um campo
de feijões, o que ele se recusou a fazer.[3] Heródoto
em Histórias capítulo XXXVII comenta que “Os egípcios não semeiam feijão em
seu país; se algum crescer, eles não os comerão crus ou cozidos; os sacerdotes
não suportam nem vê-los, considerando o feijão uma espécie impura de leguminosa”[4].
Segundo Plínio, os pitagóricos acreditavam que as favas dos feijões podiam
conter as almas dos mortos, já que eram carnais, de modo que comer feijões era
considerada prática de canibalismo.
[1] GORMAN, Peter.
Pitágoras, uma vida, São Paulo:Círculo do Livro, 1993, p. 44
[2] GORMAN, Peter.
Pitágoras, uma vida, São Paulo:Círculo do Livro, 1993, p. 47, 69
[3] ROONEY,
Anne. A história da matemática, São Paulo: M. Books, 2012, p. 79
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