Hariadne Soares mostra que “os sacerdotes-magos dos Papiros Mágicos, eram agentes de poder no Egito tardio e sua emergência e atuação estendeu-se do século III ao V d. C., período em que observamos em nossa documentação a presença massiva de sortilégios e encantamentos, que nos indicam à afirmação dos sacerdotes-magos como homens que adquirem prestígio e influência em suas comunidades devido ao conhecimento esotéricos de que dispõem”. [1] O contexto histórico de produção dos papiros mágicos, dos séculos II a.C. ao V d.C., corresponde ao período de dominação romana sobre o Egito. Enquanto no passado faraônico a organização e manutenção das atividades religiosas nos templos egípcios estavam sob o controle dos sacerdotes. Todavia, durante o domínio romano, o ofício passou às mãos de um funcionário de Alexandria, de modo que os sacerdotes perderam tal prerrogativa sobre as atividades religiosas e sobre a administração dos recursos financeiros dos templos. É nesse contexto que se intensifica a produção de literatura mágica que trata da compilação do conhecimento da ars magica. Magos e adivinhos constituem uma vertente dos diversos homens divinos (theioi andres) que, a partir do século III, passaram a exercer uma influência cada vez maior na vida espiritual e política do Império Romano.[2]
[1] SOARES, Hariadne. Magia e
poder no Egito tardio: a emergência dos sacerdotes magos como 'theioi andres'
(séc. III ao V d.C.), Tese Doutorado UFES, 2020
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