Aristóteles em “Segundos Analíticos” por sua vez defendia a esfericidade da terra
embora acreditasse que a terra fosse o centro do universo: “Outro testemunho disso [a figura esférica] é
o dos fenômenos que captamos com nossos sentidos. Se não fosse assim, os
eclipses da lua não mostrariam segmentos como o vemos. Por ocasião de suas
fases mensais, assume todas as modalidades de secções (é seccionada pela reta,
a convexa e a côncava); entretanto, durante os eclipses seu contorno é sempre
uma linha curva. Daí, sendo a causa dos eclipses a interposição da Terra, é de
se presumir que sua forma seja devida à forma da superfície terrestre, que é
esférica”.[1] Para o grego Anaximandro, que vivia em Mileto, famoso centro da cultura jônica,
o mundo é uma esfera em cujo centro se situa a Terra[2]. No
modelo de Anaximandro a Terra era uma espécie de disco plano que flutuava no ar
como uma rolha ao qual Pitágoras viria substituir por uma esfera concêntrica a
outras esferas, sendo cada planeta, a lua e o sol dispostos em uma esfera cada
um, o que totalizaria sete esferas em analogia à escala musical referindo-se à
“harmonia das esferas”[3]. Arquimedes construiu dois planetários com partes
móveis que foram levados à Roma após o saque de Siracusa e determinou que a
superfícies de qualquer fluido em repouso é igual à superfície de uma esfera
cujo centro é o mesmo que o da Terra, ou seja, a superfície dos oceanos não é
plana.[4] Eratóstenes estimou com boa aproximação o
raio terrestre. Para Aristóteles em seu livro Sobre os céus, a terra é
esférica, pois tendo em vista sua tendência de se colocar no centro do universo
ela deve se dispor de forma simétrica em torno deste ponto, tendo como
estimativa para sua circunferência em torno de 45 milhas, cerca de 1,8 vezes o
valor moderno. David Lindberg mostra que esta tese aristotélica é a que
prevaleceu por toda a idade média, sendo um mito que os medievais
acreditassem seriamente em sua planicidade. [5] A
Geografia de Ptolomeu também descreve uma terra esférica assim como uma esfera
armilar. A obra foi redescoberta pelo monge bizantino Maximus Planudes em 1295
e foi difundida pela Europa no século XIV.[6] Heródoto
por volta de 430 a.c. zomba da confecção de mapas muito distantes dos mapas
mais confiáveis de que dispunha: “me faz rir quando vejo algumas pessoas
desenhando mapas do mundo sem qualquer razão a os guiar, eles representam um
oceano como se fosse um rio cercado pro terra, e a extensão de terra como se
fosse um círculo, como se fosse desenhada por um compasso e com a Europa e Asia
representadas com o mesmo tamanho”. Nos mapas da época Africa era contínua a
Asia, porém Herédoto desta que os dois continentes estavm unidos por um único
ponto em comum na altura do Egito.[7]
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