A escola de medicina da universidade de Bolonha tornou-se
famosa com Hugo de Lucca (1252) e seu discípulo Teodorico (1206-1298). Mondino
(1276-1328) seguiu o caminho de Saliceto na área de anatomia tendo publicado em
1316 um manual de Anatonia que tornou-se padrão para dissecação nos dois século
seguintes. Tais dissecações eram realizadas em cadáveres de criminosos em sua grande
maioria muito embora muitos ainda se limitassem a seguir os textos de
autoridades como Galeno.[1] Na Universidade de Bolonha Guilhermo Saliceto no século XIII difunde o uso do
bisturi. O cautério fora desenvolvido pelos árabes, que por questões religiosas
evitavam instrumentos cortantes.[2] David
Lindberg mostra que a tradução de dissecação de cadáveres se difunde apenas no
final do século XIII.[3] A Igreja no Concílio de Tours em 1131 proibira
os clérigos de estudarem ou praticar medicina, diante do surgimento de universidades
em medicina. No Concílio de Latrão em 1215 os clérigos foram proibidos de
praticar qualquer tipo de cirurgia o que levou a separação da medicina e da
cirurgia praticada pelos barbeiros, no entanto, não houve qualquer restrição
formal às dissecações de cadáveres. Com as universidades os cirurgiões barbeiros
foram relegados a categoria de meros artesãos. A Confraria de São Cosme na
França fundada em 1258 regulava o trabalho dos cirurgiões barbeiros franceses
entre os quais Jean Pitard, cirurgião dos reis da França. Em 1271 a Universidade de Paris
invocou um antigo estatuto tornando ilegal aquele que praticasse a medicina sem
uma licença obtida, junto à Igreja, o que aconteceu com aqueles que concluíssem
o curso na Universidade. Em 1322 Jacqueline Almania, numa época em que mulheres
não eram admitidas nos cursos de medicina, foi condenada por exercício ilegal
da medicina.[4] No século XVI a anatomia explodiu como campo de pesquisa e não há
evidências de que houvesse qualquer restrição religiosa severa quanto a
dissecação de cadáveres[5].
Ambroise Paré (1510-1590) destacou-se como cirurgião na Renascença.[6]
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