Para René Taton a compilação do conhecimento químico e
de alquimia por escritores como Vicente de Beauvais, Alberto Magno, Arnaldo de
Villeneuve e Roger Bacon e a expansão da indústria têxtil e das trocas
comerciais contribuiram para o desenvolvimento de novas técnicas.[1] Rodney
Stark observa que a alquimia e astrologia presentes na China e no Islã somente
conseguiram evouir para as modernas química e astronomia no continente europeu
por conta do cristianismo e sua capacidade de compreender a natureza de modo
sistemático diante sua ênfase na racionalidade, crença de uma natureza movida
por leis e confiança no progresso da humanidade[2]. Para
Friedrich Klemm a integração da doutrina aristotélica ao cristianismo
empreendida por Tomás de Aquino, o Doctor
Angelicus e Alberto Magno o Doctor
Universalis reuniu num único arcabouço intelectual o conhecimento natural e
o domínio do sagrado mostrando que não há contradições entre a verdade revelada
e a verdade científica, o que se constituiria as sementes para o surgimento da
revolução científica dos séculos XVI e XVII.[3] Mestre
em teologia pela Universidade de Paris, Alberto Magno e professor de Tomás de
Aquino é considerado o fundador do aristotelismo cristão: “Nosso propósito é
satisfazer tanto quanto pudermos aqueles irmãos de nossa ordem que há muitos
anos nos suplicam que escrevêssemos para eles um livro de física no qual eles
pudessem encontrar uma exposição completa das ciências naturais e do qual eles
também podem ser capazes de compreender corretamente os livros de Aristóteles”.[4] Embora Alberto Magno reconheça Deus como causa última de todas as coisas, el
argumenta que Deus normalmente opera sua obra segundo causas naturais que cabe
ao filósofo natural identificar. Para Tomás de Aquino a filosofia natural e a
teologia constituem caminhos complementares e não contraditórios para a verdade,
de modo, que qualquer conflito é muito mais aparente do que real, fruto seja de
uma forma errada de filosofia natural ou de teologia equivocada.[5] Para
Garcia Morente: “no sistema de Santo
Tomás fraternizam de maneira quase miraculosa a profundidade com a singeleza; e
o acordo das verdades racionais com as verdades da fé se produz de modo tão
natural e evidente que se diria o encaixe e união das duas metades do mesmo
todo”.[6] Gregório de Nissa no século IV já destaca que a natureza humana material e
divina espiritual de Jesus mostra que a natureza do mundo material deve ser
compreendida e exaltada pelo homem.
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