Sacsaihuamán é uma
fortaleza inca, hoje em ruínas, localizada dois quilômetros ao norte da cidade
de Cusco (“o ombligo del mundo”)[1], no Peru,
capital do Império Tahuantinsuiu[2]/
Tawantinsuyo[3] (tahua – quatro, suyo – região, o império das quatro regiões)[4] que se
estendia do rio Ancasmayo ao sul da Colômbia até o rio Bio Bio no centro do
Chile, incluindo Equador, Peru, Bolívia , noroeste argentino e parte da selva
amazônica.[5] Em quéchua cidade significa llacta.[6] Segundo
testemunhos de alguns cronistas o templo fortaleza de Sacsahuaman não tinha uma
função militar mas cercava um templo ao deus Sol Inti, no centro de
Sacsaihuaman.[7] Para Garcilaso de la Vega sobre a construção de Sacsahuaman: “Entre o Inca e os membros de seu Supremo
Conselho, andava secreta a tradição de semelhantes coisas”.[8] Garcilaso
de la Vega relata que os incas não conheciam ferro, aço, tampouco nível,
transferidores ou esquadros, cal, argamassa, guindastes ou roldanas.[9] Waldemar
Soriano mostra que as pedras eram
arrastadas com uso de cordas através de rampas mas sem o uso de polias.[10] Gigantescos
blocos de pedra de mais de 200 toneladas estão perfeitamente encaixados. Seu
objetivo era o de defender-se de tribos invasoras que ameaçavam o Império Inca.
Ponde Sangines estima que o templo inca de Puma Puncu na Bolívia teria exigido
provavelmente três mil índios para o transporte e uma só de suas lajes
monumentais.[11]
Maria Longhena
explica que “inca” era o título dado ao soberano, tal como “César”, de modo
que, a rigor, a expressão “império inca” é anacrônica pois entre o povo inca o
império era conhecido como Tahuantinsuyo, o que significa “as quatro partes do
mundo”[12] sendo
Cusco o “umbigo do mundo”[13],
capital e sede do poder central. Henri Favre, contudo, observa que os autores
antigos não se referem a Cusco como umbigo do mundo.[14] Sancho
de la Hoza ao descobrir Cusco julgou-a “digna
de ser vista pela Espanha [..]. Ela está repleta de palácios senhoriais”
sendo a cidade encimada pela imponente fortaleza de Sacsaihuaman.[15] Segundo
Garcilaso de la Veja em Comentarios Reales de 1607-16117 “Cusco era o centro
do império dos Incas e que este nome não lhe fora mal imposto já que na
linguagem particular dos Incas, ele significava o umbigo da Terra”.[16]
[1] SORIANO, Waldemar. Los
incas: economia sociedade y estado em la era del Tahuantinsuyo, Peru:Amaru
Editores, 1997, p. 97, 319; LEONARD, Joathan. América pré colombiana, Rio de
Janeiro:José Olympio Editora. Biblioteca de História Universal Life, 1971,
p.133; LONGHENA, Maria; ALVA, Walter. Peru Antigo. Grandes civilizações do
passado. Madrid:Folio, 2006, p.158; RIBAS, Ka W. A ciência sagrada dos Incas, São Paulo:Madras, 2008, p. 110;
WAISBARD, Simone. Tiahuanaco: 10000 anos de enigmas incas. São Paulo:Hemus,
1971, p. 105
[2] BAUDIN, Louis. El
império socialista de los incas, Santiago Chile:Ediciones Rodas, 1973, p.243
[3] RIBAS, Ka W. A ciência
sagrada dos Incas, São Paulo:Madras,
2008, p. 13; HAGEN, Victor. Realm
of the incas, New York: New American Book, 1961, p. 124
[4] SORIANO, Waldemar. Los
incas: economia sociedade y estado em la era del Tahuantinsuyo, Peru:Amaru
Editores, 1997, p. 488
[5] WAISBARD, Simone. Machu
Picchu cidade perdida dos incas. São Paulo: Hemus, 1974, p. 16
[6] SORIANO, Waldemar. Los
incas: economia sociedade y estado em la era del Tahuantinsuyo, Peru:Amaru Editores,
1997, p. 319
[7] LONGHENA, Maria; ALVA,
Walter. Peru Antigo. Grandes civilizações do passado. Madrid:Folio, 2006, p.217
[8] RIBAS, Ka W. A ciência
sagrada dos Incas, São Paulo:Madras,
2008, p. 93
[9] HERRMANN, Paul. A
conquista das Américas. Sâo Paulo:Boa Leitura, 1960, p.174
[10] SORIANO, Waldemar. Los
incas: economia sociedade y estado em la era del Tahuantinsuyo, Peru:Amaru
Editores, 1997, p. 417
[11] WAISBARD, Simone.
Tiahuanaco: 10000 anos de enigmas incas. São Paulo:Hemus, 1971, p. 274
[12] LONGHENA, Maria; ALVA,
Walter. Peru Antigo. Grandes civilizações do passado. Madrid:Folio, 2006, p.58
[13] MOUSNIER, Roland. Os
séculos XVI e XVII. Tomo IV, 2° volume, História Geral das Civilizações, São
Paulo:Difusão, 1957, p. 40
[14] FAVRE, Henri. A
civilização inca, Rio de Janeiro: Zahar, 1987, p.69
[15] FAVRE, Henri. A
civilização inca, Rio de Janeiro: Zahar, 1987, p.65
[16] RANDLES, W.G.L. Da terra plana ao globo terrestre, São Paulo:Papirus, 1994,
p.108
[17] SORIANO, Waldemar. Los
incas: economia sociedade y estado em la era del Tahuantinsuyo, Peru:Amaru
Editores, 1997, p. 88
[18] CHILDRESS, David
Hatcher. A incrível tecnologia dos antigos, São Paulo:Aleph, 2005, p. 61,
BAUDIN, Louis. A vida quotidiana dos últimos incas, Lisboa:Ed. Livros do
Brasil, p. 144; LEONARD, Joathan. América pré colombiana, Rio de Janeiro:José
Olympio Editora. Biblioteca de História Universal Life, 1971, p.123 https://pt.wikipedia.org/wiki/Sacsayhuaman
[19] COE, Michael. Antigas
Américas, mosaico de culturas, v. II Madrid:Ed. Del Prado, 1996, p. 197;
SORIANO, Waldemar. Los incas: economia sociedade y estado em la era del
Tahuantinsuyo, Peru:Amaru Editores, 1997, p. 256
[20] FAVRE, Henri. A
civilização inca, Rio de Janeiro: Zahar, 1987, p.86
[21] WAISBARD, Simone.
Tiahuanaco: 10000 anos de enigmas incas. São Paulo:Hemus, 1971, p. 198
[22] BAITY, Elizabeth
Chesley. A América antes de Colombo. Belo
Horizonte:Itatiaia, 1963, p.181; TIME LIFE BOOKS, Incas: Lords of gold and
glory. Alexandria,
1992, p.77, 89
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