domingo, 20 de fevereiro de 2022

O coração pesado do faraó

 

No julgamento final presidido por Osíris, havia a pesagem do coração do morto enquanto a harmonia, a justiça, a ordem e a verdade ocupavam o outro braço da balança representada pela deusa Maat ou o seu símbolo, uma pena[1] conforme mostra o papiro do escriba Ani da XIX dinastia[2]. A pesagem é confiada a Hórus e a Anúbis guardião das múmias com cabeça de chacal. O deus Thoth, o escriba dos deuses, de cabeça de íbis anota o resultado. Quarenta e dois juízes correspondente ao número de províncias do Egito assistem ao julgamento. O coração pesado indica a condenação do morto, e nesse sentido que Êxodo se refere ao “coração pesado do faraó” (Exodo 10:20 - A Torá usa três verbos diferentes nesse contexto: ch-z-k, para fortalecer, k-sh-h, para endurecer, e k-b-d, para tornar pesado). Uma ilustração, em papiro, no Livro dos Mortos mostra a cerimônia, realizada no Salão das Duas Verdades, supervisionada por Anúbis, o deus egípcio dos mortos. Segundo Paul Johnson: “Maat também era a forma de justiça concedida a um homem quando morria e aparecia ao julgamento final: sua alma, então, era pesada em uma balança com o contrapeso de maat”[3].

[1] CASSON, Lionel. O antigo Egito. Rio de Janeiro:José Olympio, 1969, p.92

[2] SHAFER, Byron. As religiões no Antigo Egito, São Paulo: Nova Alexandria, 2002, p. 65, 68

[3] JOHNSON, Paul. História Ilustrada do Egito. Rio de Janeiro:Ediouro, 2002, p. 75, 222



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