sábado, 12 de fevereiro de 2022

Machu Picchu

 

Em Machu Picchu (Velho Pico)[1] descoberta em 1911 pelo arqueólogo norte americano Hiram Bingham, professor da Universidade de Yale, foram encontrados aquedutos que forneciam água potável aos moradores.[2] A cidade era conhecida simplesmente como Picchu e sua localização exata era mantida como segredo militar na época, sendo rebatizada como Machu Picchu por Hiram Bingham quando de sua redescoberta em 1911.[3] Os primeiros conquistadores espanhóis ignoravam a existência de Machu Picchu escondida pela floresta virgem e montanhas, nem o segredo de sua existência pelo povo inca conquistado. Machu Picchu é uma cidade autosuficiente como a maior parte das pucaras (fortalezas) como as de Puca Pucara.[4] Além das muralhas Machu Picchu é marcada por grandes terraços cultiváveis conhecidos como andenes[5] dotados de um sofisticado sistema de canais que permitia a irrigação constante dos cultivos, evitando a erosão e preservando o solo e as montanhas, feitos de pedra empilhada[6]. Um monólito conhecido como Intiwatana / Intihuatana (lugar onde se amarra o sol) na praça central em Machu Picchu, no lugar mais alto, funcionava como relógio solar[7] e também tinha uma função ritualística. O formato da cidade de Machu Picchu é o de um pássaro Llulli, o “mensageiro de Inti” o deus Sol.[8] Para Rualdo Menegat a construção de uma cidade em uma localização inacessível como Machu Picchu pode ser justificar por se encontrar num local de falhas geológicas o que favorece a  disponibilidade de blocos pré-fraturados e a possibilidade de esculpir o substrato rochoso para encravar terraços e edifícios, além do fato de que as áreas fraturadas por falhas geológicas acumulam água: “Os Incas desenvolveram uma cultura de complementaridade e justaposição de blocos rochosos e também de alimentos que sustentaram 10 milhões de pessoas sem fome e sem escravidão. Isso é singular na história humana. Não há outro exemplo de tamanho sucesso civilizatório em regiões elevadas, inóspitas e distantes de rios ou costas de mares”. Existe uma palavra quéchua para grandes fraturas em rochas, que é quijllo. [9]



[1] VALLA, Jean Claude. A civilização dos incas, Rio de Janeiro: Otto Pierre, 1978, p. 127

[2] LEONARD, Joathan. América pré colombiana, Rio de Janeiro:José Olympio Editora. Biblioteca de História Universal Life, 1971, p.137

[3] SORIANO, Waldemar. Los incas: economia sociedade y estado em la era del Tahuantinsuyo, Peru:Amaru Editores, 1997, p. 334, 338

[4] HAGEN, Victor. Realm of the incas, New York: New American Book, 1961, p. 139

[5] SORIANO, Waldemar. Los incas: economia sociedade y estado em la era del Tahuantinsuyo, Peru:Amaru Editores, 1997, p. 230

[6] RIBAS, Ka W. A ciência sagrada  dos Incas, São Paulo:Madras, 2008, p. 96

[7] LONGHENA, Maria; ALVA, Walter. Peru Antigo. Grandes civilizações do passado. Madrid:Folio, 2006, p.248; RIBAS, Ka W. A ciência sagrada  dos Incas, São Paulo:Madras, 2008, p. 126

[8] RIBAS, Ka W. A ciência sagrada  dos Incas, São Paulo:Madras, 2008, p. 122

[9] http://www.portaladverso.com.br/noticia/1423?fbclid=IwAR0G3XAjd8qgidqAgZLEhbzVxC9-lBo68Dz9I0QTguCFRqIeVD0u0APf3vU



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