Na Alta Idade Média (1054-1294) a Igreja empreendeu a reforma monástica de Cluny (910) e de novas ordens religiosas, como por exemplo por Volpiano (962-1031) na Normandia, Poppo (978-1048) na Germânia Ocidental ou os grandes monastérios de Grottaferrata ao sul de Roma e o grande monastério de Fleury entre os anglo saxões[1], período áureo da escolástica e surgimento das grandes catedrais góticas.[2] Os grandes patronos destes empreendimentos foram os príncipes feudais do século X e não os grandes imperadores saxões, assim Cluny foi fundado pelo duque da Aquitânia, Guilherme de Auvergne e no século XI Ricardo II da Normandia patrocinou a vinda de Guilherme de Volpiano de Dijon para reforma cluniacense na região.[3] Para Christopher Dawson a reforma monástica do início do século XI trouxe um aglutinador à sociedade feudal que compensava sua característica de isolamento: “portanto, a anarquia do sistema feudal foi compensada pela vitalidade e pelo poder de recuperação desse novo tipo de sociedade que surgia [...] Por volta da época de São Hugo (1049-1109) já havia mais de oitocentos monastérios afiliados a Cluny na França, na Italia, na Alemanha e na Espanha, de modo que a congregação se torara uma grande potência internacional na vida da cristandade [...] Assim a abadia não mais permaneceu um fim em si mesma, mas tornou-se parte de um todo que, por sua vez, era visto como mais um organismo vivo da sociedade universal da cristandade [...] Urbano II, o papa que levou o movimento de reforma ao seu êxito, e que também foi o responsável pelo lançamento da primeira Cruzada, era um antigo prior de Cluny”.[4]
[1] DAWSON, Christopher. Criação do Ocidente, São Paulo: É Realizações, 2016, p. 163
[2] AQUINO,
Felipe. Uma história que não é contada, Lorena: Cleofas, 2008, p. 76
[3] DAWSON, Christopher. Criação do Ocidente, São Paulo: É Realizações, 2016, p. 162
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