A prática de mumificação pode ser encontrada em povos dos Andes desde 4000 a.c.[1] e a prática já apontada pelos cronistas espanhóis como Garcilaso de da Vega em 1570. Especialmente hábeis eram os artesãos de Nasca entre os incas na preparação de cabeças mumificadas[2], conservadas no clima gélido das mesetas peruanas ou nas areias salitrosas[3]. Em 1559 os espanhóis encontraram os corpos mumificados de três incas: Viracocha (1400), Topa Inca Yupanqui (1493) e Huayna Capac (1527). Os corpos foram removidos de Cusco e trazidos para Lima em 1562 para os jardins do hospital San Andrés e subsequentemente desapareceram.[4] Missionários católicos como Bernabé Cobo denunciavam a prática de sacrifícios de crianças realizados com as facas cerimoniais tumi como prática dos incas em momentos como a coroação de um novo imperador. O arqueólogo Max Uhle encontrou em 1897 múmias vítimas de estrangulamento. Em 1954 foram encontrados corpos de jovens intoxicados com chicha, uma espécie de álcool e que foram enterrados vivos com datação de cerca de 500 anos.[5] As múmias dos imperadores incas eram expostas periodicamente em uma cerimônia em que eram transportadas em liteiras na praça de Cusco segundo o relato de missionários espanhóis como o padre Bernabé Cobo.[6]
[1] TIME LIFE BOOKS, Incas: Lords of gold and glory. Alexandria, 1992, p.139
[2] BAUDIN, Louis. A vida
quotidiana dos últimos incas, Lisboa:Ed. Livros do Brasil, p. 257
[3] SORIANO, Waldemar. Los
incas: economia sociedade y estado em la era del Tahuantinsuyo, Peru:Amaru
Editores, 1997, p. 480
[4] HAGEN, Victor. Realm of the
incas, New York: New American Book, 1961, p. 121
[5] TIME LIFE BOOKS, Incas: Lords of gold and glory. Alexandria, 1992,
p.156
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