sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

A idade de ouro da civilização maia

 

Por volta de 1000 a.c. os maias já estavam estabelecidos na América Central. Entre 800 e 500 a.c. começa a surgir uma elite dominante como se observa em monumentos funerários encontrados em Los Magales no México e no centro funerário El Portón, assim como em cidades como Nabké no note da Guatemala. Centros cerimoniais posteriores foram datados de 400 a.c a 250 d.c foram encontrados nas planícies do sul da Guatemala em El Mirador onde se encontra a pirâmide de La Danta, assim como em Belize e México[1]. Na Guatemala se destaca a pirâmide maia de La Danta medindo cada lado 800 metros , sendo seis vezes maior que a grande pirâmide Quéops.[2] Eric Thompson faz uma ressalva: “o nome de cidade, aplicados às ruínas maias não é exato. É quase certo que eram centros religiosos, onde o povo, que vivia em pequenos vilarejos disseminados na região vizinha, vinha para as cerimônias religiosas e talvez também para os mercados e sessões judiciarias. A população permanente dos grandes centros provavelmente se reduzia a um certo número de sacerdotes e chefes civis”.[3] Esta fase, contudo, será seguida por uma, mais tardia, de cidades estado, segundo Michael Coe: “Depois de um cenário em que os maias enfatizavam teocracias pacíficas, lideradas por sacerdotes astrônomos chefiando “centros cerimoniais” relativamente vazios, passa-se a ter cidades estados altamente belicosas, lideradas por chefes dinásticos cruéis, obcecados pelo sacrifício humano e pelo derramamento ritual do próprio sangue”. O período áureo dos maias foi entre 250 e 900 d.c[4], seu declínio gradual se estendeu por alguns séculos.[5] Soberbos murais ornavam  os palácios dos governantes como em Bonampack em Chiapas no México (600 – 900 d.c.).[6] O Código Dresden relata rituais, histórias e cantigas maias, e teria sido escrito segundo Knorosov no período tolteca maia de Chichen Itzá[7] capital maia a partir de 1000 d.c[8], último baluarte da civilização maia. A escadaria hieroglífica em Copán em Honduras foi construída em 770 d.c. tem 63 degraus cada um com trinta centímetros de altura e gravações com 2500 hieróglifos.[9] Um templo maia do Caracol de estilo puuc em Chichen Itza, presume-se tenha sido um observatório astronômico[10] o que mostra o vigor cultural desta fase final da civilização maia. Adrian Digby sugere que os maias teria usado um instrumento manual astronômico formado por dois trapézios unidos a um círculo, para observação do sol.[11]

[1] JAMES, Peter; THORPE, Nick. O livro de ouro dos mistérios da antiguidade, Rio de Janeiro: Ediouro, 2002, p. 82

[2] MALKOWSKI, Edward. O Egito antes dos faraós. São Paulo:Cultrix, 2010, p. 211

[3] BRION, Marcel. A ressurreição das cidades mortas, Rio de Janeiro:Ferni, 1979, p.162

[4] JAMES, Peter; THORPE, Nick. O livro de ouro dos mistérios da antiguidade, Rio de Janeiro: Ediouro, 2002, p. 84

[5] COE, Michael, Os maias, Editorial Verbo:Lisboa, 1968, p.40, 77; LISSNER, Ivar. Assim viviam nossos antepassados. Belo Horizonte: Itatiaia, 1968, p. 309

[6] https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Bonampak_painting.jpg

[7] COE, Michael, Os maias, Editorial Verbo:Lisboa, 1968, p.155

[8] LONGHENA, Maria. O México antigo, Barcelona:Folio, 2006, p. 51

[9] BAITY, Elizabeth Chesley. A América antes de Colombo. Belo Horizonte:Itatiaia, 1963, p.160; COE, Michael. Antigas Américas, mosaico de culturas, v. I Madrid:Ed. Del Prado, 1997, p. 125; LEONARD, Joathan. América pré colombiana, Rio de Janeiro:José Olympio Editora. Biblioteca de História Universal Life, 1971, p.48

[10] JACKSON, W. O mundo pitoresco:pelas sendas do passado misterioso, tomo IX, São Paulo, 1948, p. 2131; STIERLIN, Henri. O suntuoso reino dos maias. In: Seleções do Reader’s Digest, Os últimos mistérios do mundo, Lisboa, 1979, p.277; LONGHENA, Maria. O México antigo, Barcelona:Folio, 2006, p. 200; HAMMOND, Norman. La civilizacion Maya, New Jersey: Cambridge University Press, 1982, p.278, 326

[11] HAMMOND, Norman. La civilizacion Maya, New Jersey: Cambridge University Press, 1982, p.326



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