Para André Pochan a pirâmide de Quéops, conhecida como Grande Pirâmide de Gizé, trata-se de um templo solar dedicado ao deus Khnum[1] hipótese levantada por Reisner após o estudo da mastaba Pen Meruu que menciona a pirâmide com o determinativo próprio aos templos solares[2]. Edwards considera a grande esfinge afrente da pirâmide como uma representação de Khefren sob o aspecto de deus sol[3]. A pirâmide do faraó Sahue da V Dinastia (2430 a.c.) mostra um baixo relevo do templo em que o rei é representado por uma esfinge derrubando seus inimigos, o que sugere que o rosto desenhado na esfinge diante da pirâmide em Gizé não é a representação do deus Sol, a do rei Quéfrem.[4] A tese proposta em 1995 pelo jornalista Graham Hancock[5] de que a Grande esfinge foi construída por volta de 10.500 AC, e sua forma de leão seria uma referência definitiva à constelação de Leo, apesar de apoiada por autores como John Anthony West não encontra qualquer respaldo arqueológico nem consegue explicar como no intervalo de 10 mil a.c. a 3 mil. a.c nenhuma outra construção egípcia foi encontrada. O próprio John West reconhece que “o grande problema de tudo isso é o processo de transmissão: como exatamente foi transmitido o conhecimento, durante milhares e milhares de anos entre a construção da Esfinge e o florescimento do Egito dinástico ? Teoricamente, fica-se um pouco limitado, não é mesmo, com esse vasto período durante o qual o conhecimento precisou ser transmitido. È difícil resolver”. O encantamento 508 dos textos das pirâmides diz: “eu lancei teus raios como uma rampa sob meus pés, pela qual subo até minha mãe, Ureus vivente na fronte de Rá”.[6] Como não foi encontrada a tumba do faraó, Bruchet argumenta que a pirâmide não se trata de um túmulo, mas um cenotáfio, ou seja um túmulo honorário, um memorial em homenagem ao faraó[7]. Como templo solar a pirâmide seria encimada de um pequeno obelisco ou talvez uma esfera gnomon, embora não haja qualquer vestígio[8]. Estrabão é o único autor que descreve a presença de uma porta giratória móvel na entrada da pirâmide, hipótese sustentada também por Flinders Petrie, uma vez que em Dachur também há evidências de uma porta móvel.[9] Quéops era também conhecida como Grande Pirâmide de Gizé. As pirâmides de Quéfren (Khafre) e Miquerinos (Menkaure), faraós da quarta dinastia, mostram de forma evidente a evolução das construções: “Não costumamos pensar nos egípcios como paradigmas de progresso, as a técnica humana não conheceu muitos outros avanços tão espetaculares”. David Silverman observa o elemento Rá nos nomes Quéfren (Khafre – filho de Rá) e Miquerinos (Menkaure), o que pode estar relacionado ao conceito de seu falecido pai, como sendo a relação com o sol.[10]
[1] POCHAN, André. O enigma
da grande pirâmide, Rio de Janeiro: Difusão, 1977, p.5
[2] POCHAN, André. O enigma
da grande pirâmide, Rio de Janeiro: Difusão, 1977, p. 12
[3] EDWARDS, J. As
pirâmides do Egito, Rio de Janeiro:Record, 1985, p.122
[4] LISSNER, Ivar. Assim viviam nossos antepassados, Belo Horizonte, Itatiaia,
1968, p. 51
[5] JAMES, Peter; THORPE, Nick. O livro de ouro dos mistérios da antiguidade, Rio
de Janeiro: Ediouro, 2002, p. 73
[6] EDWARDS, J. As
pirâmides do Egito, Rio de Janeiro:Record, 1985, p.251
[7] POCHAN, André. O enigma
da grande pirâmide, Rio de Janeiro: Difusão, 1977, p.27
[8] POCHAN, André. O enigma
da grande pirâmide, Rio de Janeiro: Difusão, 1977, p. 16
[9] POCHAN, André. O enigma
da grande pirâmide, Rio de Janeiro: Difusão, 1977, p. 25, 137, 138, 139, 253;
EDWARDS, J. As pirâmides do Egito, Rio de Janeiro:Record, 1985, p.114
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