Os povos chimus e mochica construíram uma vasta rede de canais de irrigação no vale do Moche para o transporte de água. [1] Um sistema de canais que corre através do templo garantia o uso ritual da água, de origem glaciar, do rio Huachesca. Nas margens do lago Titicaca o povo chimu desenvolveu um sofisticado sistema de irrigação. Charles Ortloff acredita que um instrumento em forma de tigela com água mantida no museu arqueológico do Peru foi utilizada como meio de nivelamento para construção dos canais. [2] No vale do Moche por volta de 1300 d.c. os soberanos da dinastia chimu escolheram Chan Chan (próxima a atual cidade de Trujillo) como capital dotada de jardins irrigados, cisternas e canalização artificial que partia dos vales acima do vale Moche para abastecer a cidade de água. [3] Segundo Louis Baudin as técnicas herdadas dos chimus mostram que “os soberanos de Cusco não destruíram nenhum centro de cultura, haviam sabido aproveitar a escola dos vencidos”.[4] Waldemar Soriano contudo mostra que os incas de Cusco dotados de uma “missão civilizadora” reconstruíram a história de modo a apresentar-se como salvador dos povos[5] e apagaram da história os registros do povo chimu.[6]
[1] LEAKEY, Richard. A
evolução da humanidade, Brasília: UNB, 1981, p. 198
[2] TIME LIFE BOOKS, Incas: Lords of gold and glory. Alexandria, 1992, p.104
[3] LONGHENA, Maria; ALVA,
Walter. Peru Antigo. Grandes civilizações do passado. Madrid:Folio, 2006, p.181
[4] BAUDIN, Louis. El
império socialista de los incas, Santiago Chile:Ediciones Rodas, 1973, p.427
[5] SORIANO, Waldemar. Los
incas: economia sociedade y estado em la era del Tahuantinsuyo, Peru:Amaru
Editores, 1997, p. 484
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