A últimas três décadas do século XIII testemunharam
uma atitude cada vez mais hostil contra a alquimia que culminou com o documento
papal Spondent quas non exhibent
(também conhecida como Spondent Pariter)[1] expedida
em 1317 pelo papa João XXII e com a denúncia do inquisidor Nicholas Eymeric em
1396 em Contra alchymistas. Diversos
intelectuais da época consultados antes da publicação da bula concordaram com a
condenação[2]. A bula
papal, contudo, teve como alvo os alquimistas desonestos que diziam ter
alcançado a transmutação do metal ofertando ouro falso no mercado: “eles prometem aquilo que não produzem”.[3] O próprio papa
publicou “The elixir of the philosophers
or the art of transmuting metals” impresso em Lyon apenas em 1557[4]. Quando de sua morte
deixou uma fortuna estimada em 800 mil florins de ouro (e não de 5 milhões como
incorretamente afirmado em algumas fontes)[5] resultado do gerenciamento das rendas dos estados pontifícios, embora isso
tenha alimentado uma lenda de que a suposta fortuna teria sido o resultado do
êxito em suas experiências na transmutação de ouro[6]. A bula do
papa João XXII os deveriam ser tratados como criminosos e seus bens
confiscados. Onde clérigos estavam envolvidos, eles deviam ser despojados de
suas riquezas e removidos de quaisquer cargos que ocupassem. A situação era
diferente, no entanto, dentro dos domínios culturais estabelecidos por reis e
príncipes, como no Sacro Império Romano, França e Inglaterra, onde os
alquimistas prestaram serviços práticos para tribunais e políticos que atuavam
como patrocinadores entusiastas.[7]
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