Durante
a vida de Bernardo de Clairvaux/Claraval (1090-1153) os cistercienses fundaram
dezenas de novas abadias e experimentaram uma expansão significativa.[1] De apenas oitenta casas em 1134 saltou para trezentas e cinquenta em 1154.[2] O monge ideal era aquele que dominava todas as habilidades e trabalhos dos
camponeses, carpintaria, alvenaria, jardinagem e tecelagem, conciliando de
forma equilibrada o trabalho e a contemplação, em um retorno à regra dos
beneditinos[3]. Segundo
o biógrafo do monge cisterciense Aelred
de Rievaulx (1110-1167)[4]:
“não poupou a pele macia de suas mãos, mas manobrou virilmente com seus dedos
esguios as ferramentas ásperas de suas tarefas de campo”. Georges Duby
mostra que a proposta de austeridade da ordem de Cister criticava os monges de
Cluny pelo seu gosto excessivo pelo luxo e conforto, propondo um novo estilo
monástico reacionário e retrógrado, de modo as resistir às tentações do
progresso retomando os princípios do monaquismo de São Bento: “a abadia
volta a ser uma rocha [...] Eis porque as forjas, os celeiros construídos pelos
cistercienses tem a majestade de suas igrejas: o celeiro, as forjas o claustro e a igreja são, com efeito,
diferentes instrumentos de uma mesma função, de um mesmo ofício”. [5]
[1] MURPHY, Tim Wallace. O
código secreto das catedrais. São Paulo:Pensamento, 2007, p. 152
[2] ROPS, Daniel. A Igreja das catedrais e das cruzadas. São Paulo: Quadrante,
2012, p. 149
[3] GIES,
Frances & Joseph. Cathedral,
forge and water wheel, New York:Harper Collins, 1994, p.9
[4] GIES, Frances & Joseph. Cathedral, forge and
waterwheel, New York: Harper Collins, 1994, p. 10
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